Pediatra divulga vídeo de rotina de mãe-solo e choca internautas
Ela acorda diversas vezes durante a madrugada para cuidar dos dois filhos e médico afirma que não é humanamente possível suportar isso todos os dias sem apoio
Refletindo Sobre a Notícia por Ana Carolina Cury|Do R7 e Ana Carolina Cury
Recentemente, o pediatra Daniel Becker chocou e comoveu internautas ao compartilhar um vídeo que mostra a rotina de uma mãe que não tem apoio para cuidar dos dois filhos. Nas imagens, ela acorda diversas vezes durante a madrugada para monitorá-los e parece exausta com a situação.
"Milhões de mães vivem isso sem que ninguém no seu entorno saiba. Não é humanamente possível suportar isso todos os dias sem apoio. A exaustão e o isolamento são causas comuns de depressão, adoecimento físico e mental nas mulheres, nesse puerpério que se prolonga por meses e que continua com o nascimento de um outro filho", declarou o médico na publicação que recebeu mais de 12 mil comentários, sobretudo de mulheres que disseram vivenciar o mesmo.
Atualmente, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 11 milhões de mulheres criam seus filhos sozinhas no Brasil. Apenas no primeiro semestre de 2020, mais de 80 mil crianças foram registradas sem o nome do pai, segundo a Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC Nacional).
O termo mãe-solo é amplamente utilizado hoje em dia para definir as mães que são inteiramente responsáveis pela criação de seus pequenos.
Muitas não escolheram essa realidade, mas precisam enfrentá-la. Elas se dividem entre o trabalho e cuidar da casa e dos filhos. Conheço algumas que vivem na pele o drama de criar um filho sozinha e não há nada de glamuroso nisso.
Mas, infelizmente, há quem divulgue que ser mãe é o suficiente. Não são poucos os casos de mulheres que, sem ter um parceiro, optam por uma produção independente. O sonho da maternidade faz com que elas decidam se tornar mães, sem a presença do pai. Isso é possível por meio do método dafertilização in vitro.
Porém, ao contrário do que as fotos expostas nas redes sociais aparentam, essa não é uma realidade simples. Afinal de contas, há muitos desafios em criar um filho sem um companheiro: além do desgaste físico e mental, mais cedo ou mais tarde ele (ou ela) vai querer saber por que o pai não é presente, a mãe não vai ter liberdade, dificilmente terá com quem dividir as tarefas, vai ter que buscar fazer o papel de pai e mãe ao mesmo tempo (o que é humanamente impossível), entre outros.
Pai para quê?
É importante reforçar que o pai desempenha um papel de grande influência na formação cognitiva da criança. Um estudo da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, por exemplo, apontou que a ausência paterna pode afetar negativamente o desenvolvimento de crianças e adolescentes e até resultar em transtornos psicológicos.
Além disso, o sentimento de culpa e rejeição pode perdurar e ser transferido a outras relações no futuro.
Assim, além das dificuldades cotidianas para criar um filho sozinha, há todo o prejuízo emocional causado. Por isso, é preciso parar de romantizar a maternidade e encarar a realidade.
Quando se decide ter um filho é importante saber que aquela criança precisará de atenção e compromisso. A participação dos pais é complementar e necessária para que ela se desenvolva de maneira saudável.
A figura do pai e da mãe é essencial para uma boa educação. A presença deles nunca foi tão necessária como atualmente.
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