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Quem são as pessoas que estão pedindo autógrafo a Suzane Richthofen

Cumprindo pena no regime semiaberto, criminosa estaria sendo tratada como celebridade. O que está acontecendo com a sociedade?

Refletindo Sobre a Notícia por Ana Carolina Cury|Do R7 e Ana Carolina Cury

Um crime frio e brutal que repercutiu em todo o país. Em 2002, aos 18 anos, Suzane von Richthofen matou os próprios pais, visando sua parte na herança. Depois do homicídio, agiu como se nada tivesse acontecido e ainda deu uma festa para algumas amigas em um sítio no interior de São Paulo.

Nas semanas posteriores, com todas as evidências vindo à tona, ela acabou confessando o crime e foi presa pela Polícia Civil. Suzane foi inicialmente condenada a 39 anos e seis meses de reclusão pela morte dos pais, mas desde 2015 está em regime semiaberto e agora iniciou o curso de biomedicina na Universidade Anhanguera de Taubaté.

Suposta colega de sala de aula de Suzane disse que a criminosa tem dado autógrafos na universidade
Suposta colega de sala de aula de Suzane disse que a criminosa tem dado autógrafos na universidade Suposta colega de sala de aula de Suzane disse que a criminosa tem dado autógrafos na universidade

Segundo informações divulgadas pelo jornalista Erlan Bastos, a criminosa se tornou popular no ambiente universitário e tem sido tratada como celebridade. Uma aluna chegou a dizer nas redes sociais que "ela chegou falando com todo mundo, toda cínica, muito simpática. E o pessoal babou o ovo dela e pediu autógrafo no caderno como se fosse famosa".

Em nota, a Faculdade Anhanguera negou qualquer tipo de tratamento diferenciado: "Informamos que não procedem as informações que têm sido divulgadas em redes sociais e na imprensa a respeito da rotina da unidade de Taubaté. (...) A Faculdade Anhanguera ressalta que todos os alunos são tratados de forma igual e que as atividades desenvolvidas em classe são estritamente acadêmicas".

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Crime x fama

De qualquer maneira, o que chama atenção nessa história é que, além da possibilidade de estarem pedindo autógrafos, vários fã-clubes foram criados nas redes sociais para homenagear Suzane.

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Tal atitude impressiona e nos faz refletir: que tipo de pessoa pode enaltecer um criminoso dessa maneira? Será que estamos falhando como imprensa ao repercutir casos de crimes?

Infelizmente, está cada vez mais frequente ver aqueles que dizem defender os direitos humanos pintarem criminosos como inocentes e policiais como algozes. Além disso, a indústria cinematográfica acaba incentivando essa atração doentia por criminosos ao romantizar os crimes nos filmes e séries. O mesmo vale para o sensacionalismo jornalístico.

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Depois de simular tristeza no enterro dos pais, Suzane organizou uma festa de aniversário
Depois de simular tristeza no enterro dos pais, Suzane organizou uma festa de aniversário Depois de simular tristeza no enterro dos pais, Suzane organizou uma festa de aniversário

Mudança

Desde Barrabás, quando o povo decidiu livrar um conhecido criminoso da crucificação e condenar Jesus Cristo (que não tinha cometido nenhum crime), até os dias de hoje, o comportamento humano é questionável em vários aspectos.

Não estou falando que quem cometeu um crime não tem direito de recomeçar. A ressocialização é necessária e, infelizmente, nosso sistema prisional é deficitário no que diz respeito a isso. Já disse neste blog que o Brasil investe muito pouco em processos eficientes de ressocialização e na aplicação dos regimes semiaberto e aberto.

Mas, além disso, idolatrar bandidos como Suzane, o goleiro Bruno, Elize Matsunaga, entre tantos outros, só mostra o quão doente a sociedade está e o quanto aplaudi-los só incentiva o aumento da criminalidade no nosso país.

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