SpaceX, valores e desafios: qual o futuro do turismo espacial?
Elon Musk contou algumas dificuldades dos tripulantes durante a primeira viagem tripulada que orbitou a Terra. Acontecimento traz reflexões importantes acerca do futuro da humanidade
Refletindo Sobre a Notícia por Ana Carolina Cury|Do R7 e Ana Carolina Cury
O que especialistas disseram lá em 2010 aconteceu! Agora tomar um suco no espaço se tornou possível. Afinal, já está virando moda entre os mais ricos experimentar a gravidade zero e tirar fotos da Terra a bordo de um voo.
A revista americana Time estimou que o bilionário Jared Isaacman pagou cerca de US$ 200 milhões (equivalente a mais de 1 bilhão de reais) pelo voo orbital do último dia 15 com a SpaceX, empresa espacial do bilionário Elon Musk. O valor incluiu treinamento, lançamento e custos diários para a sobrevivência.
Essa foi a primeira missão apenas com civis a bordo e a empresa já prevê outros voos de turismo espacial, a partir de janeiro de 2022. Musk detalhou algumas curiosidades da experiência e contou que a pizza que os tripulantes comeram estava fria. Ele prometeu um pequeno forno para aquecer as refeições para os próximos voos. Além disso, o empresário também falou que vai aprimorar os banheiros.
Segundo informações divulgadas pelo R7, a nave que levou os quatro tripulantes ao espaço atingiu cerca de 575 mil metros de altitude, o que fez com que ela permanecesse em órbita, ou seja, dando voltas em torno da Terra. Diferente das tradicionais janelinhas das naves, o local ofereceu uma visão 360º do espaço.
Tais avanços apostam em um mercado lucrativo, já que especulações mencionam que uma passagem custa dezenas de milhões de dólares.
Avanço?
A verdade é que muitos têm sonhado com a possibilidade multiplanetária, ou seja, do ser humano conseguir viver, passear e até colonizar o espaço. Mas, será que esse é um caminho positivo para o futuro da humanidade?
Sem sombra de dúvidas, esse acontecimento comprova o quanto o homem é inteligente para desenvolver novas tecnologias. Afinal, se pararmos para pensar, a primeira ligação feita com um celular aconteceu há apenas 48 anos, no dia 3 de abril de 1973. E quanta coisa já mudou de lá para cá, não é mesmo?
Hoje em dia podemos nos conectar de qualquer lugar, falar com pessoas que moram em outros países por vídeo chamadas, adquirir veículos elétricos, atender uma ligação por meio de um relógio de pulso, comprar alimentos e roupas sem sair de casa, entre muitos outros avanços.
Para Aristóteles, a razão dessa natureza especial do ser humano é a capacidade de compreensão e inteligência. Porém, apesar de tantas novidades positivas e da tecnologia ter se tornado uma ferramenta importante para as conquistas humanas, ainda falta muito entendimento sobre a efetividade da evolução no tempo. A internet, por exemplo, trouxe muitas facilidades, mas também contribuiu para o aumento de casos de depressão e suicídio.
Futuro do turismo espacial
É claro que inovar é fundamental para o crescimento e que essa atividade deve se tornar uma tendência turística nos próximos anos e quiçá mais acessível. Só que, a meu ver, querer conquistar o espaço e habitar em outros planetas é desafiar o "indesafiável".
Tal evolução só mostra que o homem é um ser que está sempre em busca de algo mais e que, visando enriquecimento, age, muitas vezes, de forma autodestrutiva e individualista, contribuindo para a deterioração da Terra, dominado por máquinas e com um futuro imprevisível.
É irônico ver a imagem do nosso planeta visto a partir de sua órbita, é como deslumbrar um diamante em meio ao vazio do espaço.
Não sei o que esse tipo de turismo trará de consequências daqui para frente, mas uma verdade é certa: ver aquelas pessoas, no meio do espaço, só mostram o quão pequenos somos diante da imensidão do Universo. Em comparação com a Terra somos apenas um pontinho minúsculo.
Chegar a essa conclusão é ótimo segundo uma pesquisa da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que revelou que uma pessoa que tem esse pensamento torna-se mais educada, generosa e disposta a ajudar os outros.
A verdade é que não precisa de estudos para saber que quem entende que é pequeno se torna grande, não por fora e sim por dentro. Porque feliz é aquele que sabe que em sua pequenez não deixa de ser único.
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