13º salário: como usar o dinheiro extra e não passar por apertos?
Por conta da pandemia do novo coronavírus, especialistas acreditam que dinheiro será usado, principalmente, para o pagamento de dívidas
Renda Extra|Pietro Otsuka, do R7
O final de ano se aproxima e com ele chega um alívio financeiro para muitos brasileiros: o 13º salário. Em um ano atípico, consequência da pandemia do novo coronavírus, muitas famílias viram as contas de casa apertarem e aguardam ansiosas pelo benefício.
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Para Reinaldo Domingos, PhD em educação financeira e presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), apesar de o 13º não ter sido criado propriamente para aliviar apertos no final do ano, ele foi pouco a pouco sendo incorporado no orçamento das famílias, situação que se agravou ainda mais num cenário de crise.
"Hoje%2C o 13º tem muito mais um papel corretivo do que preventivo. Ele é um pagador de erros na tomada de decisão de compras e gastos de consumo do trabalhador"
Pensando nisso, além de Reinaldo Domingos, presidente da Abefin, o R7 Economize conversou com Teresa Tayra, educadora financeira, para preparar dicas sobre como utilizar o 13º da melhor forma possível, de acordo com as suas necessidades.
Dívidas
Para Domingos, dinheiro extra não deveria ser utilizado para quitar dívidas, mas, infelizmente, essa é realidade de boa parte da população brasileira, especialmente por conta da pandemia.
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Segundo ele, não se deve sair correndo, sem pensar, para ajustar as contas.
É necessário entender o que se deve, qual o real fôlego para negociação e buscar credores. No entanto, "é preciso ter cuidado para não fechar acordos que não conseguirá honrar, se complicando ainda mais".
É o que afirma Teresa também. De acordo com a educadora financeira, bons passos a se seguir são:
• Mapear o orçamento;
• Verificar se o padrão de vida está de acordo com a renda; e
• Buscar a renegociação.
"O melhor presente de Natal para quem está em dívidas é começar a quitá-las"
Presentes de Natal
Receber o 13º na conta, mas sair às compras com cartão de crédito é uma estratégia adotada por muitos brasileiros. Porém, é um movimento que pode gerar a chamada 'bola de neve'.
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Teresa sugere algumas dicas para ajudar a controlar os gastos e evitar abusos nas compras:
• Prepare uma lista do que pretende comprar;
• Quem vai presentear; e
• Quais os limites de valores.
Reinaldo Domingos reforça a importância de se planejar, mas ressalta que o ideal é inserir a ceia de Natal e os presentes já no orçamento financeiro mensal.
Assim será possível poupar o 13º para realizar algum objetivo ou se proteger de possíveis perdas de emprego e redução salarial.
Reserva de emergência
O cenário de grande incerteza para 2021, tanto economicamente, quanto politicamente, é um sinal de alerta para o brasileiro passar a construir uma reserva de emergência, segundo Domingos.
"Você nunca sabe o que vai acontecer. Para ter um bom início de 2021, respirando um pouco mais, é bom ter a certeza de que tem um dinheiro guardado", afirma o presidente da Abefin.
Para Teresa, esse é um esforço que vale a pena. Principalmente porque o início de ano traz consigo alguns gastos que afetam o orçamento da família. Entre eles:
• IPVA;
• IPTU;
• Matrícula de escola;
• Material escolar; e
• Uniforme escolar.
Investir
Outra opção dada pelos especialistas é investir.
No entanto, é preciso saber, antes de tomar qualquer atitude, qual é o seu objetivo com aquele investimento: uma viagem, a compra de um carro, a aquisição de um imóvel, e por aí vai, diz Domingos.
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Além disso, Teresa destaca a importância de saber se o investimento é de curto, médio e longo prazo.
Esse passo é importante pois seu objetivo pode variar de um, até dez anos, o que requer paciência e, acima de tudo, planejamento.