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Renda Extra

Taxa de juros cobrada de brasileiros sobe 12% no ano e deve aumentar

Se instituições resolverem se aproximar da elevação da Selic em 2021, consumidores vão bater recordes de contas sem pagamento

Renda Extra|Marcos Rogério Lopes, do R7

Economistas temem recordes na inadimplência
Economistas temem recordes na inadimplência

O mês de setembro trouxe novos aumentos nas taxas de juros em todas as operações de crédito no país e a tendência é que eles não parem de crescer nos próximos meses, segundo avaliação da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças).

Dados da associação mostram que de janeiro a setembro de 2021 a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 11,61 pontos percentuais (ou 12,54%), saindo de 92,59% ao ano para astronômicos 104,20%.

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A elevação supera qualquer outro índice econômico nacional. Fica bem acima da inflação do período, por exemplo, de 6,90% nos nove meses, dificultando ainda mais a vida de brasileiros que dependem de novos empréstimos e financiamentos em um momento de poucos empregos, baixos salários e crise econômica. 

Para evitar o risco de comparar abacaxi com banana, adeverte o diretor-executivo de estudos e pesquisas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, o mais correto seria usar apenas taxas de juros diferentes.


"Uma coisa são os preços, que seguem lógicas de mercado para chegar ao aumento, outra são as taxas de juros, definidas pelas instituições", explica o economista. 

Neste caso, na comparação das taxas médias aplicadas aos cidadãos brasileiros com a Selic, definida pelo Banco Central e que serve de base para o reajuste de todas as operações de crédito do país, percebe-se que as primeiras ainda têm um grande campo para subir nos próximos meses.


Isso porque a Selic desde o início do ano saltou de 2,00% para 6,25%, com 212,50% de aumento, cerca de 16 vezes mais que a evolução dos juros para pessoa física, que ficou em 12,54%.

Se os juros de instituições financeiras e bancárias resolverem se aproximar da Selic, a incapacidade de pagar as contas deve bater recordes no país.


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Miguel Ribeiro entende que “essa provável inadimplência pode ocorrer por causa do fim das carências nos empréstimos (pausas e carência nas negociações de dívidas), desemprego elevado, fim do pagamento dos auxílios emergenciais, elevação da inflação e seus efeitos na renda e maior seletividade dos bancos na concessão de crédito”.

Para os próximos meses, Oliveira acredita que, tendo em vista a piora do cenário econômico com maior risco de crédito e da elevação da inadimplência, bem como com as prováveis novas elevações da taxa básica de juros (Selic) ante uma inflação maior, a tendência é que as taxas de juros das operações de crédito continuem subindo.

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