Movimentação em estrutura de mina em Barão de Cocais aumenta
Deslocamento do talude norte da mina Gongo Soco passa de 5 para 7 cm por dia e estrutura vai se romper, de acordo com Agência Nacional de Mineração
Resumo R7|Lucas Pavanelli, do R7
A movimentação do talude norte da Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, a 78 km de Belo Horizonte, aumentou de cinco para sete centímetros por dia, de acordo com a ANM (Agência Nacional de Mineração).
Na última sexta-feira (17), o órgão confirmou que o talude irá se romper, interditou e suspendeu as atividades do complexo minerário. A partir de agora, até quando a estrutura se romper, só poderão ser realizadas as operações seguras para recuperar a estabilidade das estruturas. A aceleração do deslocamento no talude da mina ameaça ainda mais o processo de ruptura.
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Na última semana, a Vale comunicou a Defesa Civil de Minas Gerais e a ANM sobre a situação. Desde 2012, o talude norte da cava de Gongo Soco estava se deslocando 10 cm por ano, o que era considerado aceitável para a estrutura. No entanto, desde o fim de abril a velocidade do deslocamento aumentou para 5 cm por dia. Com isso, a mineradora prevê que o rompimento da estrutura pode acontecer até o próximo sábado (25).
Barragem ameaçada
De acordo com a Defesa Civil, a estrutura ameaçada fica a 1,5 km de distância da barragem Sul Superior, onde estão dispostos os rejeitos de minério. Ainda não é possível prever que um provável rompimento do talude norte da mina vá resultar no rompimento da barragem, conforme as autoridades.
No entanto, Sul Superior é uma das quatro barragens em Minas que tiveram o nível de emergência elevado de 2 para 3, o que significa risco iminente de rompimento. A situação do complexo de Gongo Soco é monitorada 24 horas.