Abordagem utilizada em megaoperação não é eficaz, diz especialista em segurança pública
Laryssa Kruger, coordenadora-adjunta do núcleo de urbanismo social e segurança pública do Insper Cidades, critica a estratégia usada na política de segurança
Rio de Janeiro|Do R7
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Ao Conexão Record News desta quarta-feira (29), Laryssa Kruger, coordenadora-adjunta do núcleo de urbanismo social e segurança pública do Insper Cidades, critica a estratégia usada na política de segurança no combate ao tráfico de drogas.
Laryssa pontua que a crítica não é direcionada à polícia ou a policiais, mas diz que a abordagem não é eficaz. Nesta terça-feira (28), uma megaoperação deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha resultou em ao menos 119 mortes, segundo secretário da Polícia Civil.
“A nossa abordagem de enfrentamento do crime não pode ser apenas entrar em favelas e periferias para realizar operações. [...] As práticas de políticas públicas e de segurança que trouxeram, de fato, resultados reais de redução de criminalidade, de violência, foi justamente aquelas que combinam saturação policial e também políticas sociais”, analisa Laryssa.
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A especialista explica que medidas como a ADPF das Favelas, ajuizada no STF, são importantes para regulamentar as ações. “Na decisão do STF, o ministro Fachin estabelece algumas condicionalidades de como fazer essas operações, como elas devem ser conduzidas”, diz.

Laryssa ressalta a importância das autoridades trabalharem uma relação de proximidade com a população. “A gente precisa trabalhar com a saturação policial, com investigação, com inteligência, mas a gente também precisa conduzir a nossa polícia para uma perspectiva da polícia de proximidade, que esteja ali numa relação de confiança com as pessoas. E não desse medo, desse ódio todo que a gente vê em muitas operações e que reaparece nessa última megaoperação”, avalia.
A coordenadora do Insper Cidades ainda aponta que a retomada dos territórios é crucial para auxiliar a população das favelas. “A maior parte da população favelada é de bem. Então, a gente precisa tratar ela com esse mesmo respeito, que é um direito humano. Recuperar esses territórios significa trabalhar as políticas integradas, saturar as favelas também de oportunidades, levar equipamentos de educação, levar serviços de cultura, levar lazer”, conclui.
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