Acidente entre trens que deixou 229 feridos foi causado por falha humana, diz Agetransp 

A Agetransp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro) informou nesta quinta-feira (26) que o acidente entre trens que aconteceu no dia 5 de janeiro deste ano em Mesquita, na Baixada Fluminense, foi causado por falha humana. 

A SuperVia deverá pagar uma multa de R$ 1.205.167,09 por causa do acidente. De acordo com a Agetransp, a concessionária seria responsabilizada "independentemente de o acidente ter ocorrido por falha humana de um de seus funcionários" porque houve violação aos princípios de regularidade e segurança. 

Segundo a agência reguladora, houve descumprimento de procedimentos operacionais de segurança. O trem que se chocou na traseira do outro teria violado a sinalização automática.

Na apuração do acidente, a Agetransp analisou as condições meteorológicas, o sistema de sinalização e as condições dos trens envolvidos no choque. Nenhum destes fatores contribuiu para o acidente. 

A Agetransp também determinou que a SuperVia apresente um relatório técnico em 60 dias. O documento deverá indicar "medidas de aprimoramento dos procedimentos de identificação e prevenção das possíveis causas geradoras de perda de atenção ou do necessário estado de vigilância da equipe envolvida em funções estratégicas relacionadas à operação e ao controle de tráfego". 

O delegado da Delegacia de Mesquita (53ª DP) Matheus de Almeida informou que o inquérito policial sobre o acidente está em fase final. 

Entenda o caso

O acidente entre dois trens da Supervia aconteceu no dia 5 de janeiro. Na época, em depoimento à polícia, o controlador de tráfego da SuperVia Fabio Oliveira Riboura afirmou acreditar que o maquinista do trem que bateu na traseira do outro avançou o sinal vermelho. 

Segundo a Polícia Civil, o controlador de tráfego disse que só tomou conhecimento do acidente seis minutos depois do ocorrido. Ele soube da colisão dos trens pelo supervisor do centro de controle, conhecido como Cardoso. Fabio Riboura disse ainda que não conseguiu visualizar o acidente na tela de controle, apenas viu as composições paradas.

De acordo com o controlador de tráfego, os trens estavam em baixa velocidade no momento do acidente devido às fortes chuvas. 

No depoimento, entretanto, o maquinista do trem que bateu na composição parada afirmou que avançou o sinal com autorização do controlador de tráfego da SuperVia. O maquinista, identificado como Luiz Felipe Moreira Breve, também afirmou que pulou do trem pouco antes da colisão.