"Ajudava qualquer pessoa", diz mãe em enterro de cabeleireira morta durante ação na Vila Cruzeiro
Gabrielle Ferreira da Cunha, de 41 anos, foi atingida por bala perdida dentro de casa na Chatuba, comunidade vizinha
Rio de Janeiro|Victor Tozo, do R7*, com Record TV Rio
Foi enterrada na tarde desta quarta-feira (25) a cabeleireira Gabrielle Ferreira da Cunha, de 41 anos, atingida por uma bala perdida durante a operação que deixou 25 mortos na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro.
O sepultamento, que ocorreu no Cemitério do Caju, teve a presença de amigos e familiares da vítima. Divone Ferreira da Cunha, mãe da vítima, descreveu a filha como uma pessoa trabalhadora e alegre.
"Ajudava qualquer pessoa sem conhecer. Pegava qualquer pessoa com fome, sem dormir, e levava para a casa dela. Fazia o cabelo de várias pessoas da comunidade de graça, não cobrava nada", disse Divone.
Gabrielle estava em casa, na comunidade da Chatuba, vizinha à Vila Cruzeiro, quando foi baleada. De acordo com a Polícia Militar, ela estava fora da área da operação, que tinha o objetivo de capturar lideranças de uma facção criminosa que atua no Rio e em outros estados.
A cabeleireira chegou a ser socorrida por moradores e levada ao Hospital Geral de Bonsucesso, mas não resistiu aos ferimentos.
Outros 14 mortos na ação, realizada pelas polícias Militar, Rodoviária e Federal, já foram identificados. Destes, ao menos 12 são considerados suspeitos, de acordo com as investigações.
Nesta quarta, o governador Cláudio Castro defendeu a operação através de uma rede social, afirmando que a política de segurança do Rio de Janeiro requer "demonstração de força e autoridade".
A atuação dos agentes na 2ª operação mais letal do Rio é investigadapelo Ministério Público Federal e pelo estadual.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira