"Brutalmente assassinado", diz viúva de PM morto em blitz no RJ
Família criticou ação de militares e falta de sinalização em bloqueio do Exército; corpo foi enterrado no Cemitério Jardim da Saudade
Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7, com Record TV Rio
O corpo do policial militar Diogo Gama Alves foi enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, zona oeste do Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (15), sob forte comoção. A família permanece inconformada com a morte do soldado em uma blitz do Exército, no último dia 14, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Lotado em uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), Diogo estava a caminho do trabalho, por volta de 4h40, quando se deparou com bloqueios das Forças Armadas na rua Catumbi.
Na versão do CML (Comando Militar do Leste), o policial desrespeitou a ordem de parada, furou dois bloqueios e atirou contra os agentes. Os militares então revidaram e abriram fogo contra o PM.
Para a família, o policial pode ter se assustado com a movimentação dos homens do Exército ou até pensado que se tratava de uma abordagem de criminosos. De acordo com parentes, a região é perigosa e, na mesma semana, Diogo teria sido informado sobre blitzes falsas naquele local.
A viúva do PM, Fernanda Brandão, também criticou a ação dos militares e a falta de sinalização na blitz do Exército.
“Ele foi brutalmente assassinado. Encheram o carro dele de tiros. Havia mais de 30 disparos no carro dele. Não tinha sinalização nenhuma”, afirmou.
Mortes em ações policiais crescem 30% em outubro, segundo ISP
Leia também
Pai de Diogo e militar da reserva, Gilmar Motta contestou a quantidade de tiros disparados contra o veículo do filho. Segundo ele, mais de 90 cápsulas foram recolhidas no local.
“A gente clama por justiça, porque o que está se passando é uma tremenda mentira. Ele não furou blitz. A blitz estava na frente e os militares estavam atrás, e não tinha sinalização, não tinha cone, não tinha nada. Era uma curva. Quando entrou na curva, ele deu de cara com homens armados de fuzil”.
O policial militar deixou a esposa e um filho de oito anos.
O Exército abriu um inquérito militar para investigar o caso e deverá se manifestar em até 60 dias.