Caso Marielle: acusados negam crime em depoimento à Justiça
Promotoras avaliaram como inconsistentes versões apresentadas pelo sargento reformado Ronnie Lessa e pelo ex-PM Élcio Queiroz na audiência
Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7
Acusados de participação nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o sargento reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz negaram envolvimento no crime no primeiro depoimento à Justiça na sexta-feira (5), segundo informações do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).
Em nota, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) informou que "as promotoras de Justiça que estavam presentes na audiência avaliam que as inconsistentes versões apresentadas pelos réus só robusteceram as provas no sentido da acusação. Esclarecem, ainda, que é muito comum os réus, no exercício da autodefesa, negarem a autoria do fato, além de criarem versões falsas na tentativa de desacreditar as acusações".
No último dia 3, a mulher de Ronnie Lessa, o irmão dela e outros dois suspeitos foram presos em um desdobramento das investigações do caso.
Segundo a promotoria, eles são acusados de obstrução de Justiça, porte de arma e associação criminosa por terem ocultado armas usadas pelo grupo de Lessa, entre elas a submetralhadora HK MP5, que teria sido usada para matar Marielle e Anderson, em 14 de março de 2018.
A polícia ainda trabalha para esclarecer quem é o mandante do crime. Em paralelo, a PGR (Procuradoria Geral da República) determinou a abertura de um inquérito para averiguar um suposto envolvimento do conselheiro afastado do TCE- RJ (Tribunal de Contas do Estado Rio de Janeiro) Domingos Brazão no caso.