Cerca de 400 pessoas desaparecem por mês no Estado do Rio
Segundo levantamento apresentado na Alerj, a maioria dos casos acontece na Baixada Fluminense, onde são feitos 15 registros diários
Rio de Janeiro|Matheus Nascimento, do R7*
Cerca de 400 desaparecimentos são registrados por mês no Estado do Rio de Janeiro. O levantamento foi apresentado em audiência pública da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia, na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), na segunda-feira (4).
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A maior parte dos casos acontece em municípios da Baixada Fluminense, onde a média é de 15 registros diários. Por conta disso, a Coordenadoria de Desaparecidos do Estado defende a implementação de uma delegacia especializada na região.
Já na capital, de janeiro a agosto de 2019, a Delegacia de Descobertas e Paradeiros registrou 1.427 pessoas como desaparecidas: 1.157 delas foram encontradas, 20 faleceram e, aproximadamente, 250 casos ainda estão em andamento.
A Coordenadoria de Desaparecidos do Estado do Rio foi criada em janeiro deste ano. À frente da pasta está Jovita Belfort, mãe de Priscila Belfort (irmã do lutador Victor Belfort), que está desaparecida desde 2004.
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“Eu tenho uma filha desaparecida há 15 anos e nos primeiros cinco anos fiquei muito mal. Depois de um tempo, consegui me reerguer e lutar para dar visibilidade a esses casos que ninguém sabe, ninguém viu, ninguém entende, ninguém conhece”, contou Jovita, emocionada.
Falta da identificação dos corpos
Por ano, mais de mil pessoas são enterradas sem identificação no Estado. O expressivo número mostrou um problema na comunicação entre as instituições públicas competentes, o que gerou a necessidade de integração entre o IFP (Insituto Félix Pacheco), o Detran-RJ (Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro) e o SUS (Sistema Único de Saúde) para tentar amenizar essa situação.
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“Nós temos vários problemas de comunicação entre as instituições, mas essa integração já começou a surtir efeito, os índices de efetivas confirmações de identidade desses corpos, hoje chega a 80%”, explicou Raquel Chrispino, Juíza da 1ª Vara de Família de São João de Meriti e representante do Poder Judiciário no Comitê Gestor Estadual de Erradicação do Sub-registro Civil de Nascimento a Acesso à Documentação Básica.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira