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"CSI Carioca": Peritos analisam larvas para solucionar crimes no Rio

Polícia Civil utiliza análise de vermes encontrados em corpos de vítimas desde 2017; ao menos dois casos de estupros foram desvendados com técnica

Rio de Janeiro|Lucas França. do R7*

DNA de criminosos podem ser identificados a partir das larvas
DNA de criminosos podem ser identificados a partir das larvas

A Polícia Civil do Rio de Janeiro tem usado uma técnica de análise de larvas encontradas nos corpos das vítimas para ajudar em investigações de crimes. O método, aplicado desde 2017, foi apelidado de “CSI Carioca”, em referência à série policial norte-americana.

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O laboratório do IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio, é o único que realiza o trabalho de perícia em larvas no Estado. Janira Oliveira Costa, bióloga, pesquisadora e perita criminal responsável pelos estudos, disse que o material encontrado nos vermes pode, por exemplo, revelar o DNA de um suspeito de abuso sexual.

O DNA coletado no laboratório do IML é enviado para uma equipe da Polícia Civil. De acordo com Janyra, ao menos dois casos de estupro de crianças no Rio foram desvendados por conta do resultado das análises dos investigadores.


“Nós conseguimos detectar alguns locais genéticos que eram similares com os dos agressores. Não todo o perfil, mas alguns locais. Além disso, nós encontramos o cromossomo Y, que é típico do sexo masculino, no corpo das meninas, do sexo feminino. Consequentemente, comprovamos o crime sexual”, explicou a perita.

Outras funções da investigação a partir da larva, de acordo com Janira, são de, primeiro, confirmar se a morte da vítima ocorreu no local em que o corpo foi encontrado. Em segundo lugar, a perita disse que os insetos podem dizer quem é a vítima, processo facilitado pelos materiais genéticos encontrados nas larvas.


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A bióloga explicou que, para as pesquisas avançarem, são necessários mais recursos. Em 2018, a Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) aprovou uma verba de R$ 420 mil, mas, até o momento, o dinheiro não foi liberado.

“Isso é um entrave para que as pesquisas continuem. Outro entrave é que sou única no Rio a trabalhar com insetos, e eu preciso de alguém comigo para manter esse trabalho”, comenta Janira.


Outro fator que prejudica as pesquisas é Janira trabalhar sozinha. Para acelerar as análises e aperfeiçoar o trabalho, a bióloga treina André Machado, jovem perito criminal. 

*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira

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