Dez anos após desaparecimento, família de Amarildo participa de ato na praia de Copacabana, no Rio
Manifestação foi organizada pela ONG Rio de Paz; manequins foram usados para simbolizar tempo de sumiço do pedreiro
Rio de Janeiro|Do R7
A família do pedreiro Amarildo Dias de Souza participou de um ato pelos dez anos do seu desaparecimento, que aconteceu em 14 de julho de 2013, na comunidade da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro. O ato foi realizado na praia de Copacabana, também na zona sul, na manhã desta quinta-feira (13).
Foram colocados na areia dez manequins, cada um representando um ano do desaparecimento do pedreiro, além de voluntários debaixo de um tecido transparente para simbolizar Amarildo e milhares de outros desaparecidos no estado.
Segundo a ONG Rio de Paz, por ano, o Rio de Janeiro registra 5.000 desaparecidos, sendo 10% assassinados e cujos corpos, assim como o de Amarildo, nunca são encontrados.
Relembre o caso
O ajudante de pedreiro Amarildo saiu para fazer comprar para a família no dia 14 de julho de 2013. No caminho, foi detido e levado para a base da UPP para interrogatório.
De acordo com o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), Amarildo foi torturado por cerca de 40 minutos. Além de receber choques elétricos, ele teria sido afogado em um balde e sufocado com saco plástico na boca e na cabeça.
O corpo do ajudante de pedreiro não foi encontrado até hoje. Ao todo, 25 PMs foram denunciados (oito deles na modalidade omissiva), 17 por ocultação de cadáver, 13 por formação de quadrilha e quatro por fraude processual no caso.
Em 2016, o governo do Estado do Rio foi condenado a indenizar a família de Amarildo em R$ 3,9 milhões — R$ 500 mil para cada um de seus seis filhos e para sua companheira e R$ 100 mil para cada um de seus quatro irmãos — e mais uma pensão mensal equivalente a dois terços do salário mínimo para a viúva.