MP-RJ denuncia jovem que utilizava plataforma online para cometer crimes sexuais
Criador do principal grupo induzia crianças e adolescentes ao suicídio e automutilação, segundo a polícia
Rio de Janeiro|Do R7

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou, nesta quarta-feira (2), um jovem de 19 anos por utilizar uma plataforma online para cometer crimes sexuais na internet.
De acordo com a Polícia Civil, o jovem criou um grupo com outros quatro adolescentes com a finalidade de cometer os crimes. Os integrantes da associação criminosa ainda armazenavam e divulgavam as fotos e os vídeos dos abusos a que eram submetidas as vítimas.
Ainda segundo o setor de inteligência da DCAV (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), o jovem exercia o domínio sobre os demais integrantes que vasculhavam as redes sociais das vítimas, em busca de fotos e vídeos comprometedores.
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O jovem que utilizava o apelido “King”, que significa rei em inglês foi capturado em julho deste ano, ele estava escondido na casa da avó. Além da prisão durante a Operação Dark Room 2 foram cumpridos três mandados de busca e apreensão contra o jovem.
Plataforma Discord
O programa foi concebido inicialmente para a comunidade “Gamer” e se popularizou entre os jovens e adolescentes, em que usuários com interesses comuns se reúnem para se comunicarem.
De acordo com as investigações, três servidores da plataforma Discord eram utilizados por um grupo de jovens e adolescentes de várias regiões do país para cometerem atos de violência contra animais e adolescentes, além de divulgar pedofilia, zoofilia e fazer apologia ao racismo e nazismo.
Durante a "Operação Dark Room", os agentes obtiveram vídeos em que animais são mutilados e sacrificados como parte de desafios impostos pelos administradores (líderes) como condição para membros ganharem cargos. A maioria das ações era transmitida ao vivo em chamadas de vídeo para os integrantes.
Adolescentes também eram chantageadas e constrangidas a se tornarem escravas sexuais dos líderes, que cometiam “estupros virtuais”, também transmitidos ao vivo pela internet. Durante o ato, as meninas eram xingadas, humilhadas e obrigadas a se automutilar.
As vítimas, de várias regiões do Brasil, eram escolhidas na própria plataforma, seja por meio de perfis abertos nas redes sociais ou até indicadas por integrantes do grupo. Com dados pessoais das vítimas, os investigados iniciavam uma série de chantagens, afirmando que possuíam fotos comprometedoras que seriam divulgadas ou enviadas para os pais das mesmas.
Os autores também criavam grupos em aplicativo de mensagens para publicar vídeos e expor as vítimas dos estupros virtuais, numa prática conhecida como “exposed”.
