Espera por fim de sequestro no Rio teve futebol, pipa, cartas e lanche
Pessoas que ficaram presas na Ponte Rio-Niterói usaram a criatividade para passar o tempo; sequestro durou cerca de quatro horas
Rio de Janeiro|Márcio Pinho, do R7
Pessoas que ficaram presas na Ponte Rio-Niterói esperando o desfecho do sequestro de um ônibus com 37 reféns, que acabou o com o criminoso morto, fizeram várias atividades para passar o tempo. Entre os mais dispostos estavam jovens que encontraram espaço para jogar bola entre os carros e um rapaz que resolveu empinar pipa. Outros sentaram no asfalto e começaram a jogar cartas.
Houve também quem visse na interdição uma oportunidade de negócio. Pessoas que transportavam salgados, sucos, doces e saladas de frutas montaram lojinhas improvisadas. Muitos dos que estavam presos na ponte tinham acordado cedo, já que o sequestro começou por volta das 5h20 da manhã, e aceitaram bem a venda dos lanches. Uma fila se formou e rapidamente acabou com as gostosuras.
As fotos foram divulgadas ao longo do dia nas redes sociais. Um dos divulgadores, que se identifica como Bê Telles no Facebook e diz ser morador de Niterói, destacou a capacidade de o carioca se adaptar às situações.
"Rio de Janeiro é diferenciado brother". "No meio desse fuzuê - antes do sniper apertar o gatilho - brota um cara na ponte, parado no trânsito, abre o porta malas do carro e começa a vender salgado com refresco. Faz fila. E fila longa. O maluco vendeu tudo", diz.
Leia mais: “Estava pronto para incendiar o carro”, diz Witzel sobre sequestro
"Outro cara resolveu soltar pipa no meio da parada", continua Telles. "Tava um ventinho neh, não custa nada. E tem mais mermão. Teve galera se juntando pra mandar um carteado. Teve bolo e salada de fruta. Teve altinha. Altinha muleke", diz, em referência a brincadeira de não deixar a bola cair. "Bem vindo ao Rio de Janeiro", finalizou.