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"Estado matou Kathlen Romeu e seu bebê, mas não quer assumir', diz Federação das Favelas

Morte da jovem grávida de três meses completa dez meses nesta sexta-feira (8). Ela foi atingida no tórax, com tiro de fuzil

Rio de Janeiro|Rafaela Oliveira, do R7*, com Felipe Batista, da Record TV Rio

Kathlen foi morta com tiro de fuzil
Kathlen foi morta com tiro de fuzil Kathlen foi morta com tiro de fuzil

"O Estado matou Kathlen Romeu e seu bebê, mas não quer assumir", afirmou a Federação de Favelas do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (8), dia em que a morte da jovem grávida de três meses, atingida com um tiro de fuzil no tórax, enquanto visitava a avó no Complexo do Lins, zona norte da cidade, completa dez meses.

Desde as 9h, a família e os amigos de Kathlen Romeu se reúnem em frente ao prédio do Ministério Público do Rio, no centro da cidade. "Se Kathlen fosse uma mulher branca do Leblon, será que haveria esse descaso? Exigimos respostas, justiça e acesso da família e advogados aos autos do processo", afirmam.

Até agora, o assassino da designer de interiores de 24 anos não foi identificado. Ela morreu em uma ação da Polícia Militar na comunidade, durante a tarde do dia 8 de junho de 2021. 

Kathlen havia se mudado da comunidade em decorrência da violência. "Tirei minha filha do morro, para quê? Perdi!", lamentou o pai da vítima, Luciano Gonçalves. Para a mãe, Jackeline de Oliveira, a política de segurança do Estado do Rio de Janeiro matou a filha.

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A jovem e o marido, Marcelo Ramos, já haviam escolhido o nome do bebê: Maya para menina e Zayon para menino. Eles aguardavam a criança para novembro.

"Nessa altura, estaríamos vivendo um momento mágico... Te amo para sempre", registrou Marcelo. 

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Inquérito do Ministério Público

Em manifesto público, a Federação de Favelas afirmou repudiar a postura do promotor de Justiça Alexandre Murilo Graça. No processso, a postura do magistrado não foi encarada como não condizente com a função do Ministério Público, de fiscalizar a atividade policial.

"Repudiamos veementemente a fala do procurador de que a Kathlen era “muito bonita, mas infelizmente acontece”, que a “vida não era justa” e, quando a Jackeline começou a chorar, de que “não era psicólogo e não estava ali para agir na emoção e sim na razão” [...]", destacou a instituição.

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Em nota, o promotor Alexandre Murilo Graça, titular da 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro, afirmou "compreender o sentimento de dor de uma mãe que perdeu sua filha durante uma operação policial".

"[O promotor] reafirma seu compromisso em elucidar o caso e esclarece que, para que a denúncia seja oferecida, é necessária a colheita de todas as provas", defendeu-se. 

Um dos 12 policiais militares envolvidos no crime afirmou não ter visto Kathlen durante a troca de tiros na região conhecida como Beco 14. Em suposto confronto com suspeitos em uma boca de fumo, ele teria disparado cinco vezes contra o bando.

No entanto, os cartuchos da munição usada no tiroteio não foram encontrados no local, o que prejudicou a perícia. 

*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa

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