Falta de monitoramento causou cratera na BR-040, diz Defesa Civil
Área afetada não tem previsão para ser liberada
Rio de Janeiro|Agência Brasil
A secretaria de Defesa Civil de Petrópolis, na região serrana do Rio, divulgou um laudo que aponta que a falta de monitoramento das obras do túnel da Nova Subida da Serra, abandonadas desde novembro de 2016, foi um fator determinante para o deslizamento de terra e abertura de uma cratera às margens da rodovia Rio-Juiz de Fora (BR-040), no dia 7 de novembro.
O documento, que foi entregue ao MPF (Ministério Público Federal), destaca que o monitoramento da área interna do túnel possibilitaria aos responsáveis pela obra acompanhar possíveis soltura das placas e outros sinais de instabilidade. O relatório informa ainda que, por medida de segurança, não existe prazo para a liberação da pista, da Escola Municipal Leonardo Boff e dos imóveis. De acordo com os técnicos, a liberação da área será possível somente após a realização de intervenções estruturais no interior túnel.
De acordo com o secretário de Defesa Civil de Petrópolis, Paulo Renato Vaz, “obras em túneis requerem atenção especial, pois assim como as barragens, por exemplo, a concentração dos esforços num ponto de fragilidade pode comprometer toda a estrutura. Nesse sentido, a paralisação da obra foi um fator determinante”, explicou.
De acordo com o secretário, não há prazo para liberação das áreas interditadas.
“Não trabalhamos com nenhum prazo ou previsão para a liberação das casas, da escola ou da pista, sem que aconteçam intervenções efetivamente estruturantes no interior das escavações. O que está em jogo é a vida das pessoas e não podemos colocá-la como ponto de interrogação", avaliou.
O laudo foi elaborado após a análise dos documentos entregues pela Concer (Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio), com as informações sobre o traçado do túnel, os dados de monitoramento do deslocamento do solo, as sondagens rotativas.
Em nota, a Concer informou que as investigações conduzidas pela companhia prosseguem e, portanto, ainda não há conclusão sobre os responsáveis pelo ocorrido.
Após a interdição, 56 famílias do Contorno receberam ajuda financeira da Concer para o aluguel de imóveis, além de cestas básicas e produtos de higiene. Outras 40 famílias da comunidade Zizinho, que é mais afastada do local da cratera e foi interditada preventivamente, também receberam o auxílio. Segundo a concessionária, do total de 96 famílias, 34 que já conseguiram alugar imóveis receberam kits de eletrodomésticos e outros utensílios.