"Fatalidade", diz médica investigada por morte de professora
Geysa Leal Corrêa foi ouvida pela Polícia Civil e acabou não sendo indiciada; paciente morreu de trombose uma semana após lipoaspiração
Rio de Janeiro|Rayssa Motta, do R7*
A médica responsável pelo procedimento estético realizado na professora Adriana Pinto classificou a morte da paciente como uma fatalidade. Geysa Leal Corrêa foi ouvida na condição de testemunha e acabou não sendo indiciada pela Polícia Civil.
Segundo a cirurgiã, Adriana foi submetida a uma intervenção pequena – a gordura aspirada do abdômen foi enxertada nos glúteos – que dispensaria a internação hospitalar da paciente. Seis dias depois do procedimento, a professora passou mal e morreu. O laudo da necropsia apontou trombose como a causa da morte.
Para Geysa, a má circulação não poderia ser detectada previamente.
— A morte súbita é uma coisa que não tem uma explicação plausível. Não é comum esse tipo de trombose em uma paciente nova, sem históricos de má circulação, ela não ficou acamada, foi um procedimento curto. Todos esses fatores nos levam a fazer ou não prevenção para embolia — disse a médica, em entrevista para a Record TV Rio.
A médica é pós-graduada em Cirurgia Geral e em Medicina e Cirurgia Plástica Estética, mas de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica apenas profissionais que tenham feito residência em Cirurgia Plástica podem atuar na área. O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) também reforçou a necessidade da especialização.
Entenda o caso
Adriana Ferreira Capitão Pinto, de 41 anos, morreu uma semana após se submeter a uma lipoaspiração no abdômen e a uma lipoescultura nos glúteos na clínica de Geysa, em Niteroi, na região metropolitana do Rio de Janeiro, no último dia 16.
A professora havia pedido ao marido que custeasse as cirurgias como presente de aniversário de 17 anos de casamento. Em depoimento, ele contou que a esposa se queixou de falta de ar e desmaiou no banheiro da casa onde moravam.
Adriana foi socorrida e levada por uma ambulância ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, mas já chegou à unidade em parada cardiorrespiratória.
Assista à entrevista completa da médica à Record TV:
*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa