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Grupo miliciano construía e alugava imóveis, diz promotora

Suspeitos de envolvimento em esquema paramilitar tomavam posse de terrenos vazios  e prometiam casas sem cobranças de luz e água a moradores

Rio de Janeiro|PH Rosa, do R7

Promotora do MP-RJ explicou ações de grupo paramilitar em coletiva
Promotora do MP-RJ explicou ações de grupo paramilitar em coletiva

Ação do MP-RJ realizada nesta terça-feira (22) prendeu líderes de uma organização criminosa que atua na milícia de Rio das Pedras e Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro. De acordo com a promotora Simone Sibílio, o grupo estaria envolvido principalmente em locação e construção ilegal de imóveis na região.

A promotora disse, durante coletiva, que o grupo agia tomando pedaços de terra vazios, principalmente durante a noite, e antes mesmo de acabar a construção, colocava pessoas morando ali para atrapalhar a ação do poder público.

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"Gravações interceptadas captaram conversas em que eles dizem pros moradores que não precisam pagar nem água, nem luz, nem gás, e o aluguel ficar por R$ 1.200, por exemplo, naquele ponto."


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Um dos principais locadores de imóveis seria o principal dirigente da Amarp (Associação de Moradores e Amigos de Rio das Pedras), que seguia foragido até o início da tarde.

Na sede da associação, os investigadores encontraram documentos que faziam menção a pagamento de juros e cobrança de aluguel em nome do presidente da associação.


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"Foram encontrados nas buscas documentos de empréstimos e muita documentação de venda e locação de imóvel, em que ele, o próprio Beto, seria o locador, ou seja, o credor desses valores a título de aluguel", explicou a promotora.


Ação violenta

As investigações sobre o grupo começaram em 2015, quando um ex integrante da quadrilha foi assassinado. Segundo a promotora, a execução foi motivada porque a vítima teria cometido um assassinato na região, chamando a atenção das autoridades policiais para o local. Com isso, o homem foi morto com um tiro na cabeça na própria cama.

O grupo armado que age na região é investigado também por extorsão e ameaça a moradores e comerciantes. Segundo a promotora, o grupo inclusive utilizava uma rede de monitoramento, por meio de câmeras de segurança, para acompanhar a rotina de quem vive no local.

Nas construções irregulares, por exemplo, quando um morador não consegue pagar o aluguel, o grupo agia fechando o apartamento ou a casa, impedindo o grupo de entrar.

“Em um dos trechos que foi captado com autorização judicial, fica comprovado o uso de força para dominação do território. Basta um estacionamento irregular que eles mandam o braço armado deles retirar o carro, furar o pneu ou rebocar”.

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