Investigação do caso Marielle está próxima do fim, diz polícia do Rio
Investigação da policia civil carioca foi colocada em dúvida depois de denúncia do principal suspeito do crime. Polícia Federal assumiu o caso
Rio de Janeiro|Do R7
O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa, afirmou que a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes está muito próxima do fim. Em nota, Barbosa disse ainda que "repudia a tentativa de um miliciano altamente perigoso, que responde a 12 homicídios, de colocar em risco uma investigação que está sendo conduzida com dedicação e seriedade".
O chefe da Polícia se refere à denúncia feita pelo ex-policial militar Orlando Oliveira de Araujo, o Orlando Curicica, que acusou a cúpula da polícia do Rio de não dar andamento às investigações do assassinato de Marielle Franco em troca de dinheiro. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal, conforme anunciou nesta quinta-feira, primeiro de novembro, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.
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Na nota, Barbosa diz que "ao acusado (Curicica) foram dadas amplas oportunidades pela Polícia Civil para que pudesse colaborar com as investigações de duplo homicídio dentro do estrito cumprimento da lei".
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Curicica é considerado pela polícia como suspeito de participação da morte da vereadora do PSOL e de seu motorista Anderson Gomes, em 14 de março. Ele nega as acusações.
"Além de investigado no caso Marielle e Anderson, o miliciano foi indiciado pela Delegacia de Homicídios da Capital por 10 assassinatos e é também acusado de outras duas mortes e ocultação de cadáver, apuradas pela Delegacia de Descoberta de paradeiros", informou a nota da Polícia Civil. "A transferência do preso para uma unidade federal foi determinada pelo Poder Judiciário por conta de outro processo, anterior ao de Marielle e Anderson, devido a sua alta periculosidade."
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Curicica estava preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio, mas, depois da morte da vereadora foi transferido para uma penitenciária federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Na ocasião, por meio de seu advogado, ele contou que estava sendo pressionado pela polícia para confessar sua participação no crime e, como havia se negado a assumir a culpa, teria sido transferido.
"Não causaram surpresa as ilações feitas pelo preso, tendo em vista que, historicamente, chefes de organização criminosa, notadamente milícias, utilizam-se desse artifício para desmoralizar e desacreditar instituições idôneas e seus membros" continua a nota oficial. "Nenhum esforço está sendo poupado para a elucidação do caso Marielle e Anderson, cabendo ressaltar que todas as técnicas e recursos disponíveis têm sido empregados no trabalho de investigação. Dentro desse propósito, o chefe de Polícia Civil garante: o caso está muito próximo de sua elucidação."