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Justiça aceita nova denúncia de homicídio contra Orlando Curicica

Suposto miliciano, que ganhou fama após ser envolvido por testemunha no caso Marielle, responderá por assassinato cometido em agosto de 2016

Rio de Janeiro|Rayssa Motta, do R7*

Orlando Curicica é investigado por morte
Orlando Curicica é investigado por morte

O juiz da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Alexandre Abrahão Dias Teixeira, aceitou denúncia do Ministério Público estadual contra o ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, pelo assassinato de André Luiz Barreto Serralho, em agosto de 2016. Além de Orlando, outro suspeito também foi ligado ao crime.

De acordo com a denúncia, o crime teria sido cometido por disputas internas no grupo de milicianos integrado pela vítima e pelo acusado.

Em sua decisão, o magistrado destacou que "o perfil violento, em especial destes denunciados, seus passados criminosos e a certeza de impunidade têm levado a prática desse tipo de conduta no nosso estado. Hoje, apenas para frisar, o Rio de Janeiro conta com inúmeras pessoas executadas em razão de confrontos promovidos por facções criminosas do tipo 'milícia e/ou tráfico'".

Ligado ao caso Marielle, Orlando da Curicica está preso por outra morte


O ex-PM é investigado também pela morte do presidente da Escola de Samba União do Parque Curicia, Wagner de Souza. O crime ocorreu em 2015, e segundo a Justiça, havia características de execução no local onde ele foi morto.

Denúncias de homicídio


Nesta terça-feira (18), o Ministério Público fluminense apresentou uma nova denúncia contra Orlando e outros dois supostos milicianos por um duplo homicídio cometido em fevereiro do ano passado.

A denúncia narra que José Ricardo e Rodrigo Severo, membros do grupo paramilitar de Orlando, teriam sido mortos por vingança, após suspeitas de traição.


Segundo as investigações, as vítimas foram convidadas para um churrasco no sítio do acusado, em Guapimirim, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Ao chegaram ao local, no entanto, foram assassinados a tiros pelos denunciados. Em seguida, por ordem de Orlando, os corpos teriam sido levados em um carro até Brás de Pina, na zona norte do Rio, e carbonizados dentro do veículo.

Os três foram denunciados por homicídio duplamente qualificado e ocultação e destruição de cadáver. As penas previstas podem superar 20 anos de prisão.

Orlando já havia sido denunciado, em julho deste ano, pela morte de Carlos Alexandre Pereira Maria, que era colaborador do vereador Marcello Siciliano (PHS), em abril. Segundo a denúncia, ele e mais um suspeito são apontados como mandantes do crime.

Apesar de acumular denúncias de homicídio, Orlando foi preso por outro crime, posse ilegal de armas, em 2017, pelo qual foi condenado este ano.

Caso Marielle

Orlando também é apontado por uma testemunha como envolvido na morte da vereadora Marielle Franco (PSol), em março passado. Por causa das investigações, que envolvem também um vereador carioca, a Justiça do Rio autorizou a transferência de Orlando para o presídio federal de Mossoró (RN), onde está preso deste abril.

O R7 tenta contato com a defesa de Orlando. O espaço está aberto para manifestação.

*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa

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