Justiça rejeita arquivamento de inquérito sobre suposta farsa de policiais na favela do Rola

O juiz Fábio Uchoa, do 1º Tribunal do Juri do Rio de Janeiro, afirmou nesta sexta-feira (29) que não vai atender ao pedido do Ministério Público pelo arquivamento do inquérito sobre a suposta farsa de policiais civis na favela do Rola, na zona norte do Rio, em agosto de 2012. Na ocasião, os agentes foram flagrados alterando a cena de um crime para se livrar de culpa pela morte de um possível inocente.

As imagens que comprovam a trama foram gravadas pelos próprios policiais, no dia da operação que provocou a morte de cinco moradores do Rola. O juiz Fábio Uchoa disse que, por problemas técnicos, ainda não tinha visto o vídeo. Ele só conseguiu assistir na quinta-feira (28) e afirmou que ficou impressionado com o flagrante.

Segundo o juiz, é nítido que um dos mortos na ação foi levado para dentro de um bar para parecer que estava junto com um grupo de traficantes. Além disso, segundo Uchoa, os policiais dispararam uma “chuva de balas” contra casas na comunidade do Rola, sem que tivessem sido atingidos antes.

Seis policiais respondem a processo por fraude processual, com pena de três meses a dois anos. Ninguém responde por homicídio, já que, segundo a corregedoria da Polícia Civil, responsável pelo inquérito, as mortes ocorreram em legítima defesa dos agentes.