Logo R7.com
RecordPlus

Kathlen Romeu: Testemunhas afirmam que não houve confronto com a PM no dia da morte da jovem

Em audiência, eles ainda declararam que o tiro de fuzil que matou Kathlen, no Complexo do Lins, partiu da polícia

Rio de Janeiro|Bernardo Pinho*, do R7

  • Google News

Duas testemunhas da morte da jovem Kathlen Romeu, baleada durante uma operação no Complexo do Lins, na zona norte do Rio, afirmaram que não houve confronto entre policiais e traficantes no dia do incidente. Eles ainda declararam, em uma audiência realizada nesta segunda-feira (7), que o tiro de fuzil que atingiu a jovem grávida partiu da polícia.

Uma das testemunhas, que chegou a gravar um vídeo pelo celular, disse que tinham traficantes vendendo drogas na região, mas que eles não trocaram tiros com os agentes.


Os cabos da PM Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias são acusados de serem os autores dos disparos que mataram Kathlen. Eles alegam que trocaram tiros com criminosos na região onde ela foi baleada. Além de réus por homicídio, eles respondem, junto com mais três PMs, por fraude processual, pois teriam alterado a cena do crime.

Os outros policiais militares, que respondem por fraude processual, são: Jeanderson Correia Sodré, Cláudio da Silva Scanfela, e Rafael Chaves de Oliveira.


A modelo, de 24 anos, estava grávida de três meses e chegou a ser socorrida e encaminhada para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, também na zona norte, mas não resistiu aos ferimentos.

· Compartilhe esta notícia no Whatsapp


· Compartilhe esta notícia no Telegram

Na primeira audiência, em maio deste ano, a avó de Kathlen, Sayonara de Fátima Queiroz de Oliveira, que a acompanhava no momento em que ela foi atingida, reforçou que as ruas estavam calmas, enquanto elas caminhavam em direção à casa da tia de Kathlen. Não havia barulho que indicasse troca de tiros. A avó relatou ter ouvido, de repente, uma rajada e, depois, viu a neta caída no chão.


“Achei que ela estava se protegendo, até ver que ela estava ferida. Eu comecei a gritar, pedindo socorro, quando chegou um PM, ignorou o corpo da minha neta e começou a me interrogar. Minha neta já chegou morta no hospital. Não tinha mais esperanças de nada”, disse Sayonara.

A mãe de Kathlen, Jackelline de Oliveira Lopes, também foi ouvida e afirmou que, à época, foi avisada apenas que a filha havia sido atingida no braço e só descobriu sobre a morte no hospital. Para lidar com a perda da filha, disse que recorreu a remédios e a sessões de terapia: “Para não enlouquecer, eu saio de casa para trabalhar”.

Na próxima audiência, que ainda não tem data marcada, devem ser ouvidas mais quatro testemunhas convocadas pelo Ministério Público.

*Sob a supervisão de PH Rosa

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.