Madrasta teria confessado aos filhos que envenenou enteados, segundo delegado
Cíntia Mariano é suspeita de ter tentado matar um adolescente de 16 anos e do assassinato de Fernanda Carvalho, de 22
Rio de Janeiro|Do R7
A madrasta presa em Realengo, na zona oeste do Rio, na sexta (21), teria confessado aos próprios filhos que envenenou os enteados. Cíntia Mariano Dias Cabral, de 49 anos, é suspeita de ter tentado matar um adolescente de 16 anos e do assassinato de Fernanda Carvalho, de 22.
O delegado Flávio Rodrigues, da 33ª DP (Realengo), responsável pela apuração do caso, disse que a suspeita permaneceu em silêncio na delegacia.
"Confessar, ela não confessou. Porém, os depoimentos colhidos pelos filhos naturais de Cíntia dão conta de que ela confessou para os filhos que, de fato, teria envenenado a Fernanda e teria tentado envenenar o adolescente. E os filhos falam isso em seus depoimentos", disse.
De acordo com o delegado, a mulher comentou apenas sobre a informação de que o enteado teria visto "bolinhas azuis" no feijão, antes de passar mal.
"Ela alega que as 'bolinhas azuis' encontradas na comida seriam caldo de galinha, que não foi dissolvido. Porém, com o desenvolver da investigação, chegamos à conclusão que não, tratava-se de substância tóxica, a qual levou o enteado a ser socorrido no Hospital Municipal Albert Schweitzer", explicou em entrevista ao Cidade Alerta RJ.
Na casa da mulher, os investigadores encontraram veneno para pulga próximo ao cooktop. O material foi recolhido para perícia.
As suspeitas recaíram sobre a madrasta após a internação do enteado, que apresentou sintomas muito parecidos com os da irmã Fernanda, que havia morrido um mês antes.
Em março, a jovem deu entrada no hospital com mal estar e dificuldade para respirar. Ela sofreu uma parada cardíaca. Segundo familiares, os médicos não fecharam um diagnóstico sobre o caso de Fernanda.
Agora, a investigação sobre a morte da jovem deve analisar o prontuário médico no Hospital Municipal Albert Schweitzer e pode até solicitar a exumação do cadáver para apurar se ela foi envenenada pela madrasta.
O delegado do caso afirmou, ainda, que a substância que estava no corpo do adolescente foi encaminhada para análise.
A defesa disse que Cíntia não confessou em nenhum momento o crime e ressaltou que ela compareceu espontaneamente à delegacia. Os advogados afirmam ainda que o motivo pelo qual o filho declarou que a mãe havia confessado deverá ser descoberto no curso do processo.