Mais três possíveis vítimas atendidas por anestesista preso por estupro prestam depoimento
Uma das mulheres, que já havia passado por duas cesáreas, afirmou ter estranhado a sedação usada pelo médico
Rio de Janeiro|Do R7
Pelo menos outras três mulheres que fizeram parto cesáreo com o anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, estiveram na manhã desta terça-feira (12) na Deam (Delegacia de Atendimento às Mulheres) de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. O médico foi filmado no último domingo (10) estuprando uma parturiente desacordada. Ele está preso no presídio de Benfica, na zona norte.
As três mulheres estiveram na delegacia com bebês no colo. Uma delas, uma técnica de radiologia de 30 anos, contou que deu à luz no dia 5 de junho, no Hospital da Mãe, em Mesquita, na Baixada Fluminense, e que a cesárea foi assistida pelo anestesista.
“O que me chamou a atenção foi a anestesia geral”, contou ela. “Eu já tive outros dois filhos de cesárea e nunca havia tomado anestesia geral. Eu fiquei totalmente dopada. O Giovanni era o anestesista. Não sei se aconteceu alguma coisa comigo, eu estava sedada, mas quando eu vi as imagens dele, me desesperei. Quando começo a recordar, só lembro da voz dele, o tempo todo falando baixinho no meu ouvido.”
A mulher estava acompanhada pelo marido, que contou ter sido expulso da sala de parto por Giovanni, embora a presença de um acompanhante no parto seja prevista em lei desde 2005.
“Eu só pude acompanhar o parto até certo ponto”, contou o marido. “Depois ele me mandou sair. Eu nunca tinha saído dos partos que participei antes. Ele só sedou a minha esposa depois que eu saí. É revoltante saber que isso pode ter acontecido com a esposa da gente. Estou mais tranquilo porque ele está preso.”
Outras duas mulheres com bebês no colo estiveram na manhã desta terça-feira na delegacia para prestar depoimento. Médicos que trabalham com Giovanni também eram esperados para depor.
Nesta segunda, uma mulher que teria sido vítima do anestesista no último dia 6 foi à delegacia acompanhada da mãe e do marido para prestar depoimento. Ela contou que, muito dopada no momento do parto, “achava ter tido uma alucinação”. O marido dela disse que foi impedido de acompanhar o parto pelo próprio anestesista e que o reconheceu pelas imagens da televisão depois da prisão.