Manifestantes protestam contra ação que matou 25 no Jacarezinho
Grupo de moradores e ativistas se reuniu na porta da Cidade da Polícia, no bairro onde ocorreu ação na quinta-feira (6)
Rio de Janeiro|Do R7
Moradores do Jacarezinho iniciaram na manhã desta sexta-feira (7) uma manifestação contra a operação da Polícia Civil que deixou 25 pessoas mortas na comunidade da zona norte. O ato passou pela porta da Cidade da Polícia e por avenidas próximas à favela.
Entre os mortos na ação que durou cerca de oito horas, está um policial civil. A operação também deixou outros três agentes feridos, além de duas pessoas vítimas de balas perdidas na altura da estação de Triagem do Metrô Rio, que fica próxima ao local.
Ao fim da ação, chefes da Polícia Civil do Rio negaram que tenha havido execuções durante a operação. "Se houve execução, foi do policial", afirmou o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, durante entrevista coletiva concedida no final da tarde.
"Lamentavelmente, houve muito confronto dentro da comunidade. Não há de se comemorar esse resultado, tamanha quantidade de pessoas que vieram a falecer, da mesma forma que não existe a capacidade de qualquer pessoas nos confortar pela morte do nosso policial", disse Oliveira.
Segundo a polícia, a operação foi realizada para localizar e prender 21 acusados de aliciar crianças e adolescentes para o tráfico de drogas, que nessa comunidade é chefiado pela facção criminosa Comando Vermelho. A investigação está sendo realizada há meses pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, que obteve as ordens judiciais de prisão no último dia 30. Dos 21 procurados, três foram mortos e três presos. Os outros 21 mortos, segundo a polícia, são criminosos que reagiram à ação policial. Outras três pessoas, que não eram alvos da operação, foram presas no decorrer dela.
Foram apreendidas 16 pistolas, 12 granadas, seis fuzis, uma submetralhadora e uma escopeta, além de drogas em quantidade ainda não contabilizada.