MP-RJ pede afastamento de PMs envolvidos em morte de jovem
Lucas Albino, de 18 anos, foi atingido quando estava em uma moto, em Costa Barros; família alega que policiais militares executaram o rapaz a caminho do hospital
Rio de Janeiro|Lucas Ferreira, do R7* com Record TV Rio
O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) pediu na última terça-feira (22) o afastamento e a proibição do porte de armas de quatro policiais militares envolvidos na morte de Lucas Albino, de 18 anos.
O caso aconteceu no final de dezembro de 2018, em Costa Barros, zona norte do Rio de Janeiro. O jovem foi atingido por tiros enquanto estava na garupa de uma moto. Os quatro PMs do 41º BPM (Irajá) socorreram o rapaz, que não resistiu aos ferimentos.
A família de Lucas alega que o jovem foi executado pelos policiais a caminho do hospital. Segundo testemunhas, o rapaz foi colocado na viatura com um tiro no ombro, mas o laudo médico apresenta também uma perfuração na cabeça.
Leia também
O pedido do MP-RJ inclui a proibição de contato dos policiais com testemunhas do caso e solicita o depoimento da mãe de Lucas .“Já que a mesma encontra-se em fase de tratamento de doença grave”, escreve o órgão em seu site.
Laura Ramos luta contra um câncer há quatro anos e diz que seu grande incentivo para enfrentar a doença era o filho. “Eu falava para os meus médicos ‘Não deixa eu morrer, o meu filho precisa de mim’. Hoje eu perdi tudo, o que eu tenho agora?”, desabafou Laura em entrevista à Record TV.
Leia também: Justiça do Rio manda soltar jovem confundido com assassino
Em depoimento, uma testemunha afirmou que Lucas gritou, após ser atingido, que não era bandido e destacou que os únicos disparos que ouviu foram feitos por policiais militares. O jovem não tinha antecedentes criminais e trabalhava com o avô.
Em nota, a Polícia Militar informou que aguarda a comunicação oficial do afastamento dos policiais e destaca que cumprirá a soliciatação do MP-RJ.
O caso
No dia 30 de dezembro, Lucas e um amigo estavam em uma moto quando foram alvos de tiros. Uma patrulha da PM, que passava pela avenida Pastor Martin Luther King, próximo à comunidade da Pedreira, alegou que apenas reagiu aos disparos da dupla.
Na época, a PM afirmou, em nota, que o jovem foi encontrado com uma granada, um rádio comunicador e drogas.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira