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MPF irá investigar conduta de policiais envolvidos em operação Complexo da Penha

Incursão das polícias Militar e Rodoviária Federal na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio, deixou ao menos 21 mortos nesta terça (24)

Rio de Janeiro|Victor Tozo, do R7*


Viatura do Bope passa em frente ao Hospital Getúlio Vargas, que recebeu mortos em operação
Viatura do Bope passa em frente ao Hospital Getúlio Vargas, que recebeu mortos em operação

O Ministério Público Federal anunciou a instauração de um procedimento para investigar a conduta dos policiais envolvidos na operação que já deixou ao menos 21 pessoas mortas na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (24).

O MPF vai apurar as eventuais violações a dispositivos legais e as responsabilidades de agentes federais na ação, efetuada pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais), da Polícia Militar, pela Polícia Federal e pela Polícia Rodoviária Federal.

A Procuradoria pediu, em caráter de urgência, que superintendentes da Polícia Federal e da PRF informem sobre o efetivo dos policiais envolvidos e sua qualificação e enviem cópias da ficha funcional deles.

Além disso, o MPF solicitou o relatório final da ação, bem como informações sobre o cumprimento dos mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Criminal da Regional Madureira, com encaminhamento do número da ação penal e do inquérito policial.

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O órgão afirmou que recebeu ofício da PRF informando sobre a realização da operação, que tinha o objetivo de cumprir mandados de prisão e desarticular uma organização criminosa.

No comunicado, o procurador da República Eduardo Benones ressaltou que, em fevereiro deste ano, uma operação com participação da PRF já havia deixado oito mortos no mesmo local. Para ele, as mortes de hoje, ocorridas menos de três meses depois da incursão referida, "não podem ser investigadas como se fossem simples saldo de operações policiais".

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Ministério Público estadual também investiga operação

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) também instaurou um procedimento para apurar as mortes ocorridas na operação e a responsabilidade dos agentes da Polícia Militar.

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A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada determinou que o comando do Bope deve enviar, em até dez dias, o procedimento de averiguação sumária dos fatos ocorridos na ação, com os depoimentos dos agentes envolvidos e a indicação daqueles responsáveis pelas mortes.

Também foram solicitadas ao Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil informações sobre os inquéritos instaurados.

Além disso, o MP-RJ recomendou que a Delegacia de Homicídios da Capital apreenda as armas dos PMs que participaram da ação e as envie para exame pericial e comparação com os projéteis que venham a ser retirados dos mortos.

Ao menos 21 pessoas morreram durante a ação

A ação iniciada nesta manhã já deixou 21 mortos. A polícia afirmou que ao menos 12 destes são suspeitos. Uma das vítimas é a cabeleireira Gabriele Ferreira da Cunha, de 41 anos, baleada dentro de casa, no complexo da Chatuba.

A Polícia Militar disse que a incursão tinha o objetivo de desarticular e prender lideranças do tráfico e demais organizações, que estariam abrigando criminosos de outros estados (como Alagoas, Bahia e Pará) e ordenando a morte de agentes de segurança pública.

Segundo a corporação, os agentes foram atacados por traficantes armados quando se preparavam para entrar na comunidade. Ainda de acordo com a PM, Gabriele estava fora da área da operação, que ainda está em andamento.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira

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