Mulheres acusam coronel suspeito de pedofilia por desaparecimento de bebê
De acordo com depoimentos, a criança de nove meses desapareceu em 1993
Rio de Janeiro|Do R7
Duas mulheres afirmaram em depoimento nesta quinta-feira (29) à Polícia Civil do Rio de Janeiro que tiveram a irmã levada pelo coronel da PM reformado suspeito de pedofilia. De acordo com os relatos, Pedro Chavarry Duarte, de 62 anos, é responsável pelo desaparecimento do bebê em 1993. À época, a mãe da menina de nove meses, procurou pela filha sem parar, mas morreu sem reencontrar a menina.
Segundo a delegada titular da DCAV (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), Cristiana Bento, as duas irmãs afirmaram que frequentaram a casa onde ficavam várias crianças e que o coronel passeava sem roupa entre elas. Apesar de serem bem novas na ocasião, elas alegam que têm flashes de memórias com Chavarry nu e que essas imagens nunca foram esquecidas.
Chavarry foi preso por estupro de vulnerável após ser flagrado com uma menina de dois anos seminua dentro do carro no dia 10 de setembro em uma lanchonete em um posto de combustível em Ramos, zona norte do Rio.
De acordo com a delegada, a polícia faz duas investigações distintas sobre o caso. Uma sobre o envolvimento de Thuanne Pimenta dos Santos e a irmã no caso do estupro de vulnerável, pelo qual Chavarry irá responder. As provas dessa investigação já foram encaminhadas para o Ministério Público. A outra parte da investigação é dedicada às crianças desaparecidas a fim de saber o paradeiro delas e se estão vivas.
O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Pedro Melo, relatou que, na década de 90, o suspeito havia sido preso por envolvimento com tráfico de bebês, mas teria conseguido arrastar o processo na Justiça e saiu impune. O próprio secretário afirmou que participou da investigação porque, à época, era deputado.
— À época, fui procurado por uma associação de moradores de Bangu, que relatou o envolvimento de um PM na venda de crianças. Montamos uma operação com a ajuda do 14º BPM (Bangu) e ficamos esperando no local usado pela quadrilha como cativeiro, onde os bebês eram deixados de manhã, sob efeito de tranquilizantes, e, à noite, transportados pelo bando. Quem da quadrilha chegou para pegar o bebê, de apenas quatro meses, foi o então capitão Pedro Chavarry. Foi preso e autuado em flagrante.
O presidente da associação de moradores relata que o coronel reformado morava em uma casa suspeita e costumava levar crianças para o imóvel.
— Nós encontramos uma bebê no chão, largada, suja. Encontramos ao lado da criança frasquinhos de sonífero.
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