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Muzema: corpo da última pessoa desaparecida é encontrado

Com isso, chega a 23 o número de mortos na tragédia que ocorreu na sexta-feira (12), onde dois prédios desabaram. Dez pessoas ficaram feridas

Rio de Janeiro|Plínio Aguiar, do R7

Muzema: corpo da última pessoa desaparecida é encontrado
Muzema: corpo da última pessoa desaparecida é encontrado

Os bombeiros encontraram neste domingo (21) o corpo da última pessoa que estava na lista de desaparecidos nos escombros de dois prédios que desabaram em Muzema, comunidade na zona oeste do Rio de Janeiro. Com isso, chega a 23 o número de mortos na tragédia que ocorreu na sexta-feira (12).

De acordo com a Corporação, o corpo foi encontrado por volta de meia-noite e trata-se de uma mulher. 

No último sábado (20), equipes dos bombeiros retiraram os corpos de mais duas duas crianças, do sexo masculino.

Leia mais: Desabamento em Muzema: O que dizem investigações e moradores sobre a atuação das milícias na região


Prisão

A delegada Adriana Belém, titular da 16ª Delegacia de Polícia (Barra), pediu e a Justiça decretou a prisão de três pessoas ligadas ao desabamento dos dois edifícios na comunidade da Muzema. Ela explicou que o pedido à Justiça só foi possível a partir dos depoimentos de algumas testemunhas, ocorridos ontem (18), que reconheceram os três: o construtor José Bezerra Lira, o Zé do Rolo, e os vendedores Rafael Costa e Renato Ribeiro. Todos foram indiciados por homicídio doloso.


“Nós tínhamos a informação de que seriam eles. Ontem foi o nosso primeiro contato com as vítimas, que em princípio resistiam, por motivos óbvios, mas confiaram no nosso apelo, foram lá e reconheceram. Nós pedimos a prisão desses três, que foram efetivamente reconhecidos, como o construtor e dois vendedores”, explicou a delegada.

Veja também: Prédios que desabaram em Muzema são irregulares, diz Prefeitura do Rio


Prédios

Os dois prédios que desabaram em Muzema eram irregulares e tiveram as obras interditadas em novembro do ano passado, segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro.

A região é uma APA (Área de Proteção Ambiental) e os prédios ali construídos não respeitam a legislação em vigor, disse a prefeitura.

Segundo o órgão, a área é dominada pela milícia. Em razão disso, "os técnicos da fiscalização municipal necessitam de apoio da Polícia Militar para realizar operações no local".

Os prédios estão localizados na subzona A-43 do Decreto 3046/81, que disciplina a ocupação do solo na região, onde são adotados os parâmetros da ZR-1 do Decreto 322/76 (lei do Zoneamento Urbano na cidade do Rio de Janeiro), que permite apenas construções unifamiliares. "Na Muzema, as construções não obedecem aos parâmetros de edificações estabelecidos, como afastamento frontal, gabarito, ocupação, número de unidades e de vagas", argumentou.

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