RJ: 'Não havia visto uma extensão tão grande de lesões', diz delegado sobre morte de criança espancada
O pai de Oulatth Alyssah Rodrigues Damala foi preso em flagrante como principal suspeito do crime, em Niterói
Rio de Janeiro|Do R7, com Rael Policarpo, da Record Rio

A polícia suspeita que a menina Oulatth Alyssah Rodrigues Damala, de 8 anos, morta com sinais de espancamento, no bairro São Lourenço, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, tenha sido agredida com um cinto.
O delegado Willians Batista, titular da DHNSG (Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí), disse ter chamado atenção a gravidade dos ferimentos encontrados no corpo da vítima.
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"Mesmo com todos esses anos e o trabalho com homicídios, como eu falei, inclusive tendo crianças vítimas, eu ainda não havia visto uma extensão tão grande de lesões como foi encontrado nessa criança", disse em entrevista à Record Rio.
A menina apresentava lesões nas costas, no tórax, nos braços e no rosto. Ainda de acordo com o delegado, os ferimentos são compatíveis, inclusive, com a parte metálica do cinto que foi recolhido no local.
Preso em flagrante, o homem será encaminhado ao sistema penitenciário. Ele deve responder por homicídio qualificado, pela tortura e por se tratar de uma descendente dele.
Lesões antigas
A polícia vai investigar se a criança já sofria agressões. O delegado Willians Batista ressaltou que o exame do IML (Instituto Médico-Legal) no corpo da criança apontou também lesões antigas, e não somente as que teriam sido provocadas no dia da morte.
Segundo ele, o resultado será comparado e analisado com depoimentos de pessoas que conviviam com a vítima para mostrar o histórico da relação entre pai e filha.
Vizinhos disseram ter ouvido barulhos anormais, segundo a polícia, no suposto horário da agressão.
Pai ligou para médico e disse que criança havia desmaiado
As polícias Civil e Militar foram acionadas para o caso pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel), na terça-feira (12).
Inicialmente, o pai ligou para um médico que atende a comunidade e disse que criança havia desmaiado.
Por telefone, o profissional explicou que iria demorar a chegar e orientou que o Samu fosse acionado, o que não ocorreu.
Ao chegar no local, o médico disse que a criança já não apresentava sinais vitais e acionou o serviço de atendimento móvel.
Em depoimento, o pai ficou em silêncio, mas teria admitido as agressões aos médicos chamados para prestar socorro.
"Ao primeiro, que atende na comunidade, ele falou que teria dado uma 'correção' nela — usando o absurdo dessa palavra, porque a menina teria praticado um furto na escola. E, para o médico do Samu, disse que, de fato, havia agredido 'um pouco', nas palavras dele, a menina. Mas já cabe aqui dar o devido nome: isso não é correção, isso não é modificar o eventual comportamento errado de uma criança. O que estamos lidando é homicídio e tortura", explicou o delegado.
Pai tinha passagem pela polícia por agredir a mãe da menina
De acordo com informações da Record, o pai de Oulatth Alyssah veio para o Brasil em 2015, após deixar a República do Benin, na África Ocidental.
Atualmente, a criança morava com o suspeito em Niterói. A mãe da menina havia se mudado para São Paulo em busca de emprego.
Ainda de acordo com o delegado, o suspeito já possuía uma passagem pela polícia, em 2015, por lesão corporal à ex-companheira, que teria sido agredida quando estava com a filha no colo.
