Apesar moradores da Baixada Fluminense e Região Metropolitana do Rio continuarem recebendo água da Cedae (Companhia Estadual de Águas es Esgotos) com sabor e cheiro alterados, o presidente da companhia Edes Fernandes afirmou, nesta quarta-feira (7), em entrevista ao Balanço Geral RJ, que ela pode ser consumida pela população.
Questionado se ele ingere a água fornecida pela Cedae, Edes respondeu que sim. O presidente da companhia disse ainda que existem índices de alterações de gosto e sabor "aceitáveis".
"Geosmina não é uma substância controlada, não tem limite estabelecido na portaria que define os padrões de potabilidade. Gosto e odor ultrapasamos o limite poucos dias em valores baixos".
A Cedae interrompeu o serviço na estação Guandu, nesta terça-feira (6), para tentar reduzir os fatores que contribuem com a concentração de algas reprodutoras da geosmina, substância que provoca alteração na qualidade da água.
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Os moradores de Campo Grande, zona oeste do Rio, relataram dores no estômago e problemas intestinais devido ao consumo da água fornecida pela companhia.
“A gente está passando mal com a água”, disse dona Sebastiana, de 95 anos, à Record TV Rio.
Alguns bairros da região nem água estão recebendo devido à manutenção da companhia na estação Guandu. O abastecimento só deve voltar ao normal na sexta-feira (9).
Crise hídrica
Desde o ano passado, a população do Rio sofre com a água fornecida pela Cedae. A empresa identificou a presença da substância geosmina, levando água a apresentar gosto e cheiro de terra.
Apesar da investigação do Procon e da multa aplicada pela Agenersa (Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro), o problema voltou a ocorrer em 2021.
Em janeiro, a Cedae afirmou que identificou novamente traços da geosmina na água, mas em “níveis muito baixos”.