Paisagista diz que equipamentos no IML do Rio não funcionam
Elaine Caparroz foi até o local para realizar exames de corpo de delito; Polícia diz que exames para comprovação de lesão não deixaram de ser realizados
Rio de Janeiro|Lucas Ferreira, do R7*
A paisagista Elaine Caparroz, agredida há dez dias em seu apartamento por um homem com quem saía, disse na última quarta-feira (27) que os equipamentos do IML (Instituo Médico Legal) Afrânio Peixoto, no centro do Rio de Janeiro, não estavam funcionando.
“Estou chocada porque vim aqui fazer os exames e pude verificar que os aparelhos não funcionam”, contou Elaine na saída do IML, após ser avaliada clinicamente por profissionais do local.
Em nota, a Sepol (Secretaria de Estado de Polícia Civil) esclareceu que “nenhum exame necessário à comprovação da lesão deixa de ser realizado por falta de equipamento”, mas não negou que equipamentos do instituto não estivessem funcionando (leia abaixo a nota na íntegra).
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Durante entrevista à imprensa, Elaine contou que nove mulheres com lesões causadas por agressões chegaram ao IML enquanto a paisagista estava no local.
“Eu tive estatísticas que não imaginava. Fui informada que dentro das 24 horas do dia passam [pelo IML] cerca de 30 mulheres, isso são as que denunciam”, contou Elaine.
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A paisagista espera que seu caso seja o início de uma mudança. “Fico feliz que isso tenha chamado atenção para esse assunto no Brasil. Eu espero que nossas autoridades competentes parem e deem uma atenção especial”, concluiu Elaine.
Nota - Sepol:"A Secretaria de Estado de Polícia Civil (SEPOL), por meio do Departamento Geral de Polícia Técnico-Científica, esclarece que a vítima foi submetida a exame clínico na "sala lilás" - espaço destinado a mulheres implantado em parceria com o TJ - por excelente perita e o laudo disponibilizado prontamente à autoridade policial. Houve ainda avaliação feita por especialistas em oftalmologista e em odontologia, mas constatou-se necessidade de reavaliação por esses peritos para definição de sequelas ainda não estabelecidas. A SEPOL ressalta que nenhum exame necessário à comprovação da lesão deixa de ser realizado por falta de equipamento. O acolhimento à mulher é diferenciado e o IML tem buscado evolução no atendimento especializado e humanizado, apesar do grande volume de demanda, principalmente relacionada à violência doméstica."
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa