"Paty Bumbum" é presa na zona oeste do Rio
Falsa médica responde por exercício ilegal da medicina, participação em organização criminosa e homicídio; outra mulher também foi detida
Rio de Janeiro|Rayssa Motta, do R7*
Agentes da 42ª DP (Recreio) prenderam na manhã desta segunda-feira (6), em Curicica, na zona oeste do Rio de Janeiro, a massoterapeuta Patrícia Silvia dos Santos, a “Paty Bumbum”.
Patrícia já havia sido detida no último dia 25, por exercício ilegal da profissão, e respondia em liberdade. Ela não é médica mas, segundo a denúncia que chegou à polícia, realizava procedimentos estéticos havia cerca de 13 anos.
Quatro outras mulheres também são alvo da operação da Polícia Civil, entre elas a suspeita de realizar o procedimento estético na modelo Mayara dos Santos, no último dia 20. Pacientes ouvidas apontaram que ela seria sócia de Paty.
Patrícia declarou ser inocente e negou a sociedade. Segundo o delegado titular da 42ª DP, Eduardo Freitas, ela vai responder por participação em organização criminosa e homicídio qualificado, por participação na morte de Mayara.
Outra mulher, suspeita de cooptar clientes em troca de um percentual nos lucros obtidos com os procedimentos, também foi presa.
Entenda o caso
"Paty Bumbum" é suspeita de realizar procedimentos estéticos sem formação médica em um consultório ao lado de sua casa, em Curicica. No local, agentes da Decon (Delegacia do Consumidor) e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) encontraram materiais como seringas, silicone industrial e ácido hialurônico.
Segundo a delegada titular da Decon, Daniela Terra, Patrícia confessou, após ser confrontada com áudios vazados, que realiza estes procedimentos há 13 anos, mesmo não tendo licença ou autorização.
A Polícia aguarda agora os laudos dos exames de corpo de delito de vítimas que tiveram complicações após se submeteram a procedimentos feitos pela falsa médica para confirmar se ela usava silicone industrial nas aplicações.
Morte de modelo
"Paty Bumbum" foi ligada ao caso da modelo Mayara dos Santos por outras vítimas que prestaram depoimento. Segundo as denúncias, ela e a suspeita responsável pelo procedimento que levou à morte da modelo manteriam uma sociedade.
O delegado titular da 42ª DP, Eduardo Freitas, confirmou as duas foram sócias pelo menos até 2015. Ele investiga agora se o vínculo profissional entre as duas foi mantido e se Patrícia teve participação na morte de Mayara.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Odair Braz Jr.