PM apaga post após Defensoria apontar criminalização do menino morto na Cidade de Deus
Os defensores, que representam a família de Thiago Flausino, entraram com uma ação na Justiça, na terça-feira (8)
Rio de Janeiro|Do R7
A Polícia Militar apagou uma postagem apontada pela Defensoria Pública como uma criminalização do menino Thiago, de 13 anos, morto durante uma ação na Cidade de Deus.
Os defensores, que representam a família do garoto, entraram com uma ação na Justiça, na terça-feira (8), para pedir que a publicação fosse retirada do ar.
Segundo a Defensoria, a corporação divulgou em uma rede social, às 5h44, de segunda (7), que “um criminoso ficou ferido ao entrar em confronto” com a polícia.
Procurada, a Polícia Militar disse que a "postagem no Twitter oficial é feita a partir das informações preliminares passadas pelos policiais que participaram da ação".
Além disso, esclareceu que o comando da PM, ao entender que o caso está sob análise e investigação, decidiu retirar a postagem do ar.
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As circunstâncias da morte de Thiago são investigadas em um procedimento interno da corporação paralelamente à apuração da Polícia Civil, que já recolheu as armas dos agentes envolvidos na ação. Os policiais militares não usavam câmeras nas fardas.
Segundo a PM, dois homens em uma motocicleta atiraram contra a guarnição. Após o confronto, um adolescente foi encontrado atingido e não resistiu aos ferimentos. Uma arma foi apreendida no local.
Familiares e testemunhas contestam a versão apresentada pela polícia. Os parentes disseram que o menino se assustou com a presença dos agentes quando estava na garupa da moto de um amigo e saiu do veículo. Nisso, a polícia disparou, e o menino foi executado já no chão, segundo parentes.
Além disso, eles negaram que o garoto tivesse envolvimento com o crime. Os tios disseram que Thiago era estudioso e atleta de futebol.
O corpo do menino foi enterrado no Cemitério do Pechincha, em Jacarepaguá, nesta tarde. Em seguida, ocorreram novos protestos na região.