Polícia faz operação contra pessoas ligadas à Prefeitura de Arraial
Segundo investigações, funcionários de diferentes departamentos tomavam terrenos, legalizavam documentos de maneira irregular e revendiam áreas
Rio de Janeiro|Lucas Ferreira, do R7*
A Polícia Civil realiza nesta quarta-feira (7) uma operação contra funcionários de diferentes áreas da Prefeitura de Arraial do Cabo suspeitos de tomar terrenos à força de cidadãos do município. Ainda de acordo com as investigações, grupo legalizaria documentos de maneira irregular e revenderia as terras a terceiros.
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Batizada de Máquina de Rapina, a operação, que conta com 40 agentes, tenta cumprir 10 mandados de busca e apreensão em endereços de Arraial. Entre os investigados, a Polícia Civil informou a existência de funcionários ligados à secretarias do município, ex-funcionários e até candidatos a vereador na eleição de 2020.
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O grupo também contaria com comparsas especializados em circular com veículos pela cidade intimidando moradores e testemunhas das posses ilegais de terra. Segundo a Polícia Civil, câmeras de segurança deram base ao inquérito e flagraram ações da quadrilha contra idosos.
Junto ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), os agentes conseguiram o afastamento por seis meses de todos os investigados que possuem cargo público. A Justiça aceitou o pedido após entender que os suspeitos podem interferir nas investigações dos órgãos envolvidos no caso.
Em nota, a Polícia Civil informou que a quadrilha regularizava os documentos das posses irregulares dentro da própria Prefeitura de Arraial do Cabo, incluindo emissão de IPTUs (Imposto Predial e Territorial Urbano) e de certidões municipais.
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O grupo investigado poderá responder por organização criminosa, estelionato, esbulho possessório, peculato-desvio, falsidade ideológica e parcelamento irregular do solo urbano.
Em nota, a Prefeitura de Arraial do Cabo informou que "em relação aos funcionários envolvidos, todas as devidas providências serão tomadas durante a investigação e a Prefeitura reforça que repudia os comportamentos inadequados e quaisquer condutas em desacordo com o exercício da função pública".
O município disse ainda que "a operação nada tem a ver com o prefeito Renatinho Vianna, trata-se de investigações vindas de gestões passadas, não sendo a sede do governo alvo de nenhum mandado".
A prefeitura concluiu informando que "a agenda de trabalho do Prefeito segue normal, estando neste momento em seu gabinete. A Prefeitura colabora com a investigação e se coloca à disposição para esclarecer qualquer dúvida aos órgãos competentes".
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa