Polícia indicia avô e mãe de menina morta em vazamento de gasolina
Investigação concluiu que parentes de Ana Cristina, de 9 anos, davam apoio logístico ao grupo de milicianos apontados como responsáveis pelo furto
Rio de Janeiro|Lucas Ferreira, do R7*
A Polícia Civil revelou nesta terça-feira (25) que a mãe e o avô da menina morta em um roubo de combustível, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, tinham envolvimento com a quadrilha responsável pelo furto. Ana Cristina, de 9 anos, caiu em uma poça de gasolina e teve 80% do corpo queimado.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Júlio Furtado, a postura da mãe e do avô de Ana Cristina nos depoimentos levantaram suspeitas entre os investigadores.
“Quando eu fui interrogá-los, eles diziam que não viram nada. Todo mundo foi dormir às 20h no dia do furto. Posteriormente a gente descobre o envolvimento deles nessa prática”, declarou Furtado em entrevista à Record TV Rio.
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A mãe de Ana Cristina tinha a função de olheira da quadrilha, enquanto o avô da menina dava apoio logístico ao grupo, fornecendo energia elétrica e sinal de internet à quadrilha.
Furtado afirmou que mãe e avô apoiavam os furtos por espontânea vontade. De acordo com as investigações, cada um dos citados ganhava R$ 500 por cada perfuração nos dutos da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras.
Na época do furto, em abril deste ano, a mãe de Ana Cristina disse à impensa que queria justiça pelo acidente com sua filha.
“Por um erro ou descuido de alguém ela está pagando pelo que não fez.”
Família de menina morta após vazamento de combustível alega que não receberam suporte
Ana Cristina ficou internada por cerca de um mês no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, também em Duque de Caxias, mas não resistiu aos ferimentos causados pela gasolina tipo A - altamente corrosiva.
Mãe e avô foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio qualificado e dolo eventual, já que no entendimento dos investigadores, eles assumiram o risco de uma morte eventualmente acontecer.
Até o momento, quatro pessoas foram presas pelo furto. A polícia acredita que o furto tenha sido feito por algum grupo paramilitar que atua na região.
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa