Policiais civis protestam contra atraso dos salários em frente à Alerj
Segundo o governo, agentes de segurança receberão o restante dos pagamentos nesta quinta
Rio de Janeiro|Do R7
Um grupo de policiais civis fez um protesto contra os salários atrasados em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), no centro do Rio, na tarde desta quinta-feira (13).
A manifestação acontece no dia em que o governo fluminense confirmou o depósito do dinheiro para o pagamento dos 30% restantes dos salários dos agentes de Segurança do Estado, após dez dias de atraso. Os servidores da ativa haviam recebido a maior parte do seu salário no terceiro dia útil do mês. Já os inativos, que até então não haviam recebido nada, também terão os vencimentos depositados nesta terça.
Segundo a Secretaria de Fazenda, o pagamento deve ser feito até o fim do dia, dependendo apenas dos trâmites bancários. A pasta também informa que o arresto que as contas do Estado vêm sofrendo não afetou o cronograma inicial de pagamento. Até 17 de outubro, o governo do Rio promete acertar o pagamento do restante da folha salarial referente a setembro, de “acordo com o fluxo de caixa”.
Na última segunda-feira (10), o governo informou à Justiça que faltavam R$ 1,3 bilhão para concluir o pagamento dos servidores. De acordo com a Fasp RJ (Federação das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos do Rio de Janeiro), com os R$ 30 milhões arrestados das contas do Executivo pela Justiça nesta terça-feira (11), somados a outras apreensões desta semana, o valor necessário para pagar os servidores foi reduzido para cerca de R$ 1 bilhão.
Única categoria a receber salário em dia, o servidores estaduais da Educação receberam os salários de setembro no terceiro dia útil do mês. Assim como os professores, todos os servidores do Estado deveriam ter recebido seus salários até este dia, como determinou o STF (Supremo Tribunal Federal) depois dos constantes atrasos.
Por decisão judicial, o governo do Estado deve efetuar o pagamento da folha salarial até o terceiro dia útil de cada mês. Como isso não vem ocorrendo, a Justiça do Rio tem feito arrestos nas contas do Estado, ou seja, oficiais de justiça vão aos bancos e determinam o bloqueio de valores que estiverem nas contas do governo para pagar os servidores.
A crise financeira também tem atingido áreas fundamentais do Estado do Rio, como a saúde, a educação e a segurança. A falta de recursos é apontada por especialistas como a causa do aumento dos índices de violência.
O crescimento da criminalidade forçou o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, a pedir demissão na segunda, um dia após os confrontos na comunidade Pavão-Pavãozinho, que assustaram moradores de Ipanema e Copacabana. O atual subsecretário de Planejamento e Integração Operacional, Roberto Sá, assume a pasta já na próxima segunda-feira (16).
Reclamando de pouco dinheiro, o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, também entregou o cargo nesta terça. O governo estadual ainda não informou quem será o novo comandante da corporação.