Presidente da Câmara de Niterói (RJ) deve assumir prefeitura
Prefeito foi preso nesta segunda (10) em desdobramento da Lava Jato. Vice, que nunca chegou a assumir, renunciou ao cargo em dezembro de 2017
Rio de Janeiro|Rayssa Motta, do R7*
O presidente da Câmara de Vereadores de Niterói, Paulo Bagueira (Solidariedade), deve assumir a prefeitura da cidade após a prisão do prefeito Rodrigo Neves (PDT), nesta segunda-feira (10), sob a acusação de corrupção e formação de organização criminosa.
O vereador vai assumir a chefia do Executivo municipal porque o vice-prefeito, Comte Bittencourt (PPS), renunciou ao cargo em dezembro de 2017.
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Apesar de integrar a chapa vitoriosa, Bittencout não chegou a tomar posse ao lado de Rodrigo Neves em janeiro de 2017. Um decreto legislativo adiou a posse para 31 de dezembro de 2017. A justificativa foi a decretação de calamidade financeira do estado, enquadrada como motivo de força maior para atender o que estabelece a Lei Orgânica do município.
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Contudo, quando dezembro chegou, ele renunciou ao cargo. Em 2018, Bittencout chegou a concorrer como vice-governador do Rio de Janeiro na chapa de Eduardo Paes (Democratas), derrotada no segundo turno das eleições.
Em seu sexto mandato consecutivo como vereador em Niterói, Bagueira ocupa o cargo de presidente da Câmara Municipal desde 2009. Caso renuncie ao posto, um novo presidente da Câmara de Vereadores deve ser eleito. Ainda segundo Lei Orgânica do Município, caso o comando da prefeitura não seja preenchido, e na ausência de um vice nos três primeiros anos do mandato, novas eleições devem ser realizadas no prazo de 90 dias.
Prefeito preso em nova fase da Lava-Jato
O prefeito Rodrigo Neves foi preso na chamada Operação Alameda, desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. As investigações tiveram como base a delação do integrante do conselho de administração da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), Marcelo Traça.
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De acordo com o Ministério Público fluminense, as empresas de ônibus de Niterói pagavam propina aos agentes públicos da cidade. Entre 2014 e 2018, teriam sido desviados aproximadamente R$ 10,9 milhões dos cofres públicos para pagamentos ilegais.
Além do prefeito de Niterói, o ex-secretário municipal de Obras do município e os outros dois empresários também foram presos preventivamente.
Neves disse estar "perplexo" com a prisão. Aos jornalistas, afirmou desconhecer as acusações e ainda reforçou que colocaria os sigilos fiscais e telefônicos à disposição da Justiça.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Diego Junqueira