Prisão de investigados em operação contra laboratório é prorrogada pela Justiça
As investigações apuram a denúncia sobre seis pacientes transplantados infectados com HIV por falhas em testes de doadores
Rio de Janeiro|Do R7
A Justiça do Rio de Janeiro prorrogou por mais cinco dias as prisões temporárias dos quatro investigados na operação contra o laboratório PCS Lab Saleme.
O sócio do laboratório Walter Vieira e os técnicos Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Cleber de Oliveira Santos e Ivanildo Fernandes dos Santos foram detidos durante semana.
As investigações da Polícia Civil começaram após a denúncia sobre seis pacientes transplantados terem sido infectados com o vírus HIV por falhas em testes de dois doadores.
Os exames estavam sob a responsabilidade do laboratório privado, contratado por R$ 11 milhões pela Fundação Saúde, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde, para o programa de transplantes.
Segundo as investigações, houve uma falha operacional no controle de qualidade aplicado nos testes do laboratório com o objetivo de diminuir os custos.
Após a descoberta dos casos de transmissão de HIV em transplantes, o laboratório foi interditado e teve o contrato suspenso pelo governo do estado.
Quem são os presos na operação Verum?
Após ser considerado foragido, o funcionário Cléber de Oliveira Santos foi o último alvo a ser preso pela polícia. Ele foi detido no Aeroporto Internacional do Galeão, na zona norte do Rio, na quarta-feira (16), quando voltava de uma viagem.
Cléber é suspeito de ter deixado de fazer procedimentos de checagem em equipamentos onde eram realizados testes de HIV. A advogada dele disse que o cliente não trabalhava mais no estabelecimento quando o erro aconteceu.
Na terça (15), outra foragida se entregou à polícia. Jacqueline Iris de Assis é investigada porque o nome dela aparece na assinatura de laudos de exames, acompanhados do registro de biomédica de outra pessoa. Ela nega as acusações.
O técnico do laboratório Ivanilson Fernandes e o sócio Walter Vieira foram presos durante a operação da Polícia Civil, na segunda-feira (14).
Walter é um dos donos do laboratório e tio do ex-secretário de Saúde do Rio e atual deputado federal Dr. Luizinho. O Ministério Público do Rio e Polícia Civil investigam a contratação em caráter emergencial do estabelecimento situado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Por meio da defesa, Walter negou a existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório. Além disso, ressaltou que a empresa atua no mercado há mais de 50 anos.
Já Dr. Luizinho negou ter participado da escolha do laboratório e disse que a contratação ocorreu quando ele já não era mais secretário.