Prisão, ‘perda de mandato’ e expulsão do partido: entenda as acusações contra TH Joias
O deputado estadual Thiego Raimudo dos Santos Silva é suspeito de negociar armas e equipamentos antidrone para o Comando Vermelho
Rio de Janeiro|Do R7, com RECORD

Preso por suspeita de ligação com a facção Comando Vermelho, o deputado estadual Thiego Raimudo dos Santos Silva, mais conhecido como TH Joias, é apontado como intermediador de negociações de armas do Paraguai e até de equipamentos antidrone importados da China para o crime organizado.
TH Joias foi o principal alvo de duas operações simultâneas que envolveram agentes das polícias Civil e Federal e do Ministério Público Estadual e do Ministério Público Federal na quarta-feira (3).
A investigação da Polícia Civil citou que o parlamentar usou o mandato para beneficiar a organização criminosa e identificou movimentações financeiras suspeitas de empresas ligadas a ele que indicam a prática de lavagem dinheiro.
Segundo a polícia, as compras e vendas de armas e drogas intermediadas por TH Joias teriam como destino o Complexo do Alemão, na zona norte do Rio.
Inclusive, um assessor parlamentar ligado a TH Joias também foi preso. Ele seria a pessoa que treinava criminosos para operar os equipamentos antidrone.
Outro alvo da ação foi um traficante conhecido como “Índio do Lixão”. A mulher dele teria sido nomeada pelo parlamentar para um cargo na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).
Diante das suspeitas de tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, o MDB decidiu pela expulsão de TH Joias do partido.
Horas depois, o parlamentar, que era segundo suplente do MDB, também perdeu a cadeira que ocupava na Casa Legislativa.
Isso ocorreu porque o primeiro suplente, Rafael Picciani, foi exonerado do governo Cláudio Castro para retornar à Alerj em meio ao escândalo.
O que disse a Alerj
Após ser encontrado na casa de um amigo em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na zona oeste, TH Joias foi levado para a Superintendência da PF durante a operação. A defesa dele ainda não se manifestou sobre as acusações.
Por meio de nota, a Alerj afirmou ter tomado conhecimento das buscas no gabinete do deputado. Segundo a assessoria, as diligências foram acompanhadas pela Procuradoria da Casa.
Com a volta do deputado Rafael Picciani à titularidade do mandato parlamentar, a Alerj informou que não se manifestará sobre a decisão judicial em relação a TH, tendo em vista sua condição de suplente e a consequente perda de objeto.
Delegado da PF, ex-secretário e PMs investigados
Além de TH Joias, a investigação da Polícia Federal mirou outros suspeitos de participação no esquema de corrupção envolvendo o Comando Vermelho. Entre eles estavam um delegado da PF, policiais militares e um ex-secretário municipal e estadual.
Para a polícia, a organização se infiltrava na administração pública para garantir impunidade e acesso a informações sigilosas.
Quinze pessoas foram presas. Além disso, os agentes cumpriram 22 mandados de busca e apreensão.
O TRF2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) determinou o sequestro de bens e valores dos investigados que, somados, chegam a R$ 40 milhões.
A Justiça também determinou o afastamento de agentes públicos, suspensão de atividades de empresas utilizadas para lavagem de dinheiro e transferência emergencial de lideranças da facção para presídios federais de segurança máxima.
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