Professores da UFRJ protestam por melhores condições; UFF aprova estado de greve
Ato ocorreu nas escadarias do Ministério da Fazenda, no centro da capital fluminense
Rio de Janeiro|Da Agência Brasil
A ADUFRJ (Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro) organizou, nesta sexta-feira (19), um ato por salários, mais bolsas de pesquisa e melhores condições de trabalho.
Sob o lema de “Eu amo a UFRJ”, os manifestantes estenderam faixas e balões coloridos nas escadarias do Ministério da Fazenda, na avenida Presidente Antônio Carlos, no centro do Rio.
“O ato cumpriu o propósito de fazer uma manifestação pública em defesa da universidade, indicando que ela é um espaço importante para a construção de um Brasil mais solidário, com produção científica e acadêmica”, disse a presidenta da associação, Mayra Goulart.
Segundo os professores, a UFRJ tem um orçamento que não cobre os gastos do cotidiano da universidade, os salários de terceirizados estão atrasados, serviços de manutenção e limpeza deficientes e obras paradas.
Além disso, as instalações apresentam problemas graves de manutenção e sistema elétrico precário.
Os manifestantes também cobram mais bolsas de pesquisa, bandejões abertos e ampliação de alojamentos, para garantir que os estudantes consigam permanecer nos cursos.
“O próximo passo agora é aguardar a mesa de negociação e analisar a proposta do governo, para decidir sobre novas estratégias. Acreditamos em uma nova proposta do governo federal e a gente espera que seja algo que contemple, de alguma forma, os anseios da categoria”, explicou Mayra.
UFF em greve
Nesta quinta-feira (18), os professores da UFF (Universidade Federal Fluminense) aprovaram uma greve com início para o dia 29 de abril. A assembleia terminou com 239 votos favoráveis e 138 contrários.
Os debates ocorreram de forma descentralizada, com participações simultâneas nos campus de sete cidades do estado: Niterói, Rio das Ostras, Friburgo, Campos, Pádua, Angra e Volta Redonda.
Até o dia 29, a categoria decidiu se manter em estado de greve. Entre as muitas pautas, foram destacados a necessidade de aumento no orçamento da universidade, melhorias na assistência estudantil, estrutura, cotas para docentes negros e indígenas, e bolsas automáticas.
“Foi muito importante esse movimento para lidarmos com os próximos desafios. Queremos nos somar aos professores do ensino superior e mobilizar todas as nossas bases, e pautarmos a reestruturação da carreira e a recomposição salarial. Vamos juntos, docentes, discentes e técnicos construir essa greve. E esperamos que todos se unam nessa luta pela educação e pelo serviço público federal”, disse a professora Maria Cecília Castro, presidente da Aduff (Associação dos Docentes da UFF), em vídeo postado nas redes sociais da instituição.
Com a decisão, a universidade vai aderir ao movimento nacional liderado pelo Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), que teve início na última segunda-feira (15).
No estado do Rio de Janeiro, professores do Cefet-RJ (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca) já tinham decidido aderir à greve a partir do dia 2 de maio.
Na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), os docentes estão mobilizados em estado de greve.
Em todo o país, o Andes informa que docentes de 24 instituições federais estão em greve e que há indicativos de greve em outras 11 instituições.
Nesta tarde, está marcada uma reunião entre representantes dos sindicatos e membros do Ministério da Educação e Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, para uma nova rodada de negociação.