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Queda de ciclovia: testemunhas de defesa são ouvidas pela Justiça

Dois anos após acidente, quatorze acusados respondem por dois homicídios culposos; obra custou R$ 45 milhões aos cofres públicos

Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7

Trecho de 26 metros desabou com forte ressaca no mar
Trecho de 26 metros desabou com forte ressaca no mar

As testemunhas de defesa dos réus do processo sobre a queda da ciclovia Tim Maia serão ouvidas, nesta segunda-feira (5), pelo juiz da 32ª Vara Criminal, segundo informações do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). Quatorze acusados respondem por dois homicídios culposos, quando não há intenção de matar.

Ciclovia que desabou no Rio apresentava rachaduras antes da inauguração

O acidente ocorreu em abril de 2016. Um trecho de 26 metros da ciclovia desabou com uma forte ressaca no mar. Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos, morreram quando passavam pelo local.

Durante o inquérito, a Polícia Civil ouviu 27 pessoas, entre testemunhas, usuários da ciclovia e responsáveis pela obra que custou R$ 45 milhões.


Engenheiros envolvidos na construção reconheceram que o projeto da ciclovia deveria conter um estudo prévio do regime das marés e que havia necessidade de um plano de contingência que previsse a instabilidade das marés. Constatou-se que não foi prevista a incidência de ondas nos tabuleiros da ciclovia nem houve qualquer estudo sobre os efeitos da ressaca marítima. Sem cogitar esse problema, os tabuleiros foram fixados de forma inadequada. A polícia colheu relatos de moradores da região que narraram a ocorrência de ondas gigantescas e ressacas marítimas tão violentas que fazem tremer casas. 

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Provas analisadas pela polícia indicaram problemas nos projetos básico, executor e fiscalizador. A negligência dos indiciados, segundo a Polícia Civil, caracterizou-se porque eles não previram algo que deveriam ter previsto: que ondas pudessem produzir jatos e atingir o tabuleiro da ciclovia. "Se o projeto fosse executado levando em consideração a previsibilidade de ondas dessa magnitude, a morte de duas pessoas não teria ocorrido", afirmou a polícia.

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