A região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro registrou mais de 28 tiroteios por dia no mês de maio, segundo dados do aplicativo Fogo Cruzado. Foram 890 notificações, o que representa um aumento de 87% em relação ao mesmo mês de 2017. Ainda de acordo com a plataforma, entre janeiro e maio, foram 3.813 tiroteios na região.
O município do Rio de Janeiro lidera o índice de confrontos, com 540 registros no último mês, seguido pelas cidades de São Gonçalo e Belford Roxo.
Na capital fluminense, a sensação de insegurança da população é justificada pelos números: os tiroteios e disparos saltaram de 352, em maio passado, para 540 este ano. Apesar do aumento de 53% no número de ocorrências, o saldo de vítimas foi menor em relação a 2017: os mortos caíram de 89 para 52 e os feridos passaram de 56 para 42.
Os principais redutos de conflitos envolvendo armas de fogo na cidade foram, respectivamente, a Praça Seca, Cidade de Deus e Vila Kennedy, na zona oeste, e a Rocinha, na zona sul. As três últimas contam com UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).
São Gonçalo, na Baixada Fluminense, ocupa o segundo lugar no ranking de municípios com mais ocorrências em 2018. Foram contabilizados 99 tiroteios ou disparos no mês passado, quatro vezes mais que o número registrado em 2017. Os confrontos deixaram 20 mortos e 17 feridos.
A cidade que ocupa o terceiro lugar no ranking é também a que registrou o maior aumento percentual de notificações. O número de tiroteios em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, cresceu 600%: foram 56 disparos ou tiroteios, dez pessoas mortas e outras dez feridas.
Estado sob intervenção militar
Em fevereiro deste ano, o presidente Michel Temer determinou a intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro, transferindo a responsabilidade da segurança pública da esfera estadual para a federal, com comando militar, até 31 de dezembro de 2018.
Nos dois meses pós-intervenção, o Fogo Cruzado contabilizou 1.502 tiroteios e disparos. Em comparação com os dois meses anteriores ao decreto, houve um acréscimo de 203 ocorrências.
Procurada pelo R7, a Seseg (Secretaria de Estado de Segurança) não comentou sobre aumento dos conflitos, mas informou que "as estatísticas oficiais de criminalidade do Rio de Janeiro são provenientes dos registros de ocorrência lavrados nas delegacias de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e divulgadas mensalmente pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), de forma sistemática e transparente. Estes dados abastecem o planejamento estratégico para o monitoramento e combate à mancha criminal".
*Estagiárias do R7, sob supervisão de PH Rosa.