Rio remaneja medicamentos usados na intubação de pacientes
Hospitais da rede pública têm estoque para apenas três dias de recursos usados nesse tipo de tratamento
Rio de Janeiro|Da Agência Brasil
Os hospitais da rede pública do Rio de Janeiro têm estoque para apenas três dias de medicamentos usados na intubação de pacientes. Com isso, a Secretaria Municipal de Saúde tem remanejado insumos conforme a necessidade das unidades de saúde.
A informação foi dada pelo secretário Daniel Soranz nesta sexta-feira (16), durante a apresentação do 15º Boletim Epidemiológico da Prefeitura do Rio. Segundo ele, todo o material disponível tem sido utilizado nas unidades com alto atendimento da covid-19 ou de outras doenças com necessidade de intubação, com a colaboração das redes SUS e privada para a manutenção dos insumos estratégicos.
Ainda para manter o abastecimento, o remanejamento de insumos inclui medicamentos que eram do Centro de Controle de Zoonoses, informou o secretário.
“Todas as cirurgias eletivas estão suspensas na cidade do Rio de Janeiro. Isso inclui as cirurgias no Centro de Veterinária. Não faz o menor sentido continuar consumindo itens essenciais para intubação para a saúde humana nas unidades veterinárias, então, a gente está utilizando todo esse material relativo a sedativos e intrabloqueadores neuromusculares nas unidades em que tem um alto atendimento de pessoas com covid ou outras doenças que são necessárias a intubação”, explicou.
De acordo com Soranz, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, garantiu um carregamento de medicamentos importados para esta semana. Hoje, o município recebeu bloqueadores neuromusculares e sedativos, insumos estratégicos para manter o abastecimento ao longo dos próximos dias.
Restrições na cidade serão prorrogadas
Apesar da queda na procura por atendimentos nas unidades de urgência e emergência, a prefeitura do Rio decidiu manter a cidade em risco alto para a covid-19 e prorrogar as medidas de restrição em vigor na cidade do dia 19 para o dia 27 de abril.
Soranz confirmou que nos últimos dias foi registrado um recuo no número de casos da covid-19 na cidade, mas a média de mortes ainda tem aumentado. Ele explicou que os registros começam com as solicitações de atendimento na rede de urgência e emergência, e posteriormente sobem os números de internações e mais adiante os casos de óbitos.
De acordo com o secretário, a capital tem 1.400 pessoas internadas com a covid-19 e, por isso, a recomendação para a população é evitar qualquer tipo de circulação desnecessária. Soranz lembrou que as regras de restrição para as praias estão mantidas, e ele espera que a população continue colaborando com menos deslocamentos pela cidade e presença nas praias.
“A gente espera que a situação na internação dos jovens não comece a aumentar na velocidade que aumentou nas últimas semanas. Então, fica a nossa recomendação aos jovens para se protegerem com a utilização de máscaras, de álcool em gel e evitar a circulação. A gente observa, sim, um aumento de internações de pessoas com menos de 60 anos”.
Novos casos de variantes
Conforme o boletim, na última semana foram identificados 37 casos de variantes do vírus na cidade, sendo 31 de moradores locais. Desde a identificação do primeiro caso de novas cepas, são 230 casos no município. Desse total, 183 são de residentes.
Entre os casos, 175 são da variante brasileira de Manaus (P.1) e oito da britânica (B.1.1.7). Entre os moradores infectados por essas cepas, 20 faleceram, 13 permanecem internados e 150 já foram considerados curados. Dos infectados pelas variantes que não são moradores do Rio, 24 vieram de Manaus e quatro de Rondônia.
Em dados atualizados pela Secretaria, este ano já foram registrados 48.880 casos da covid-19 na capital, sendo 11.435 graves e 4.153 mortes. A taxa de incidência é de 733,8 por 100 mil habitantes, a de letalidade de 8,5% e a de mortalidade de 62,3 por 100 mil habitantes.