RJ: desembargador é alvo de ação da PF contra venda de decisão judicial
Operação visa organização criminosa suspeita de favorecer milicianos e investigados por crimes de corrupção e tráfico de drogas no TJ-RJ
Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7
O desembargador Siro Darlan é um dos alvos da Operação Plantão Fase 2, deflagrada pela Polícia Federal, contra uma organização criminosa suspeita de vender decisões judiciais no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) em favorecimento de milicianos e investigados por crimes de corrupção e tráfico de drogas.
Segundo informações da Record TV, agentes estiveram no apartamento do desembargador na Gávea, zona sul do Rio, e também no Tribunal de Justiça, na região central.
Ao todo, 60 policiais federais cumprem 15 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão temporária expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) nos estados do Rio de Janeiro e de Santa Catarina.
Segundo a PF, o STJ também expediu medidas diversas da prisão, como suspensão do exercício da função pública e proibição de contato e de acesso a determinados lugares.
Na primeira fase da operação, em setembro de 2019, os investigadores apreenderam documentos e mídias que possibilitaram a reunião de novas provas de comercialização de decisões judiciais e tráfico de influência junto ao TJ-RJ. Entre os casos foi citado o pagamento de R$ 1 milhão como vantagem indevida para a soltura de investigados.
A PF informou que os suspeitos podem responder por crimes de organização criminosa e corrupção passiva e ativa, cujas penas, somadas, ultrapassam 20 anos de reclusão.
O R7 tentou contato com desembargador Siro Darlan por telefone, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto para manifestação da defesa.
Coronavírus
Em meio à pandemia do novo coronavírus, a Polícia Federal reforçou a importância da ação em razão dos atos investigados se traduzirem "em fonte de paralisia para a ordem pública, com reflexos danosos para a credibilidade do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro", informou em nota.
A operação foi deflagrada, segundo a PF, respeitando as normas internas, que estabelecem medidas de prevenção ao novo coronavírus.