RJ: PM é morto por soldados do Exército após furar bloqueios
Soldado desobedeceu ordem de parada, atacou tropa e acabou baleado, afirma CML. Mais de 3.000 agentes participam de ação em Belford Roxo
Rio de Janeiro|Rayssa Motta, do R7*
Um soldado da Polícia Militar do Rio de Janeiro morreu na manhã desta quarta-feira (14) após furar dois bloqueios do Exército durante uma operação das Forças Armadas e das polícias Civil e Militar em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
De acordo com o CML (Comando Militar do Leste), Diogo Gama Alves desobedeceu as ordens de parada e atirou contra os militares, que reagiram e balearam o agente. Ainda segundo o Comando, Diogo estava descaracterizado e dirigia um carro particular, não tendo sido identificado como PM.
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"Após desobedecer às determinações de parar e ignorar os demais sinais de advertência previstos nas regras de engajamento, ele foi alvejado por disparo de arma de fogo decorrente da legítima reação da tropa, indo a óbito no local", escreveu o CML em nota enviada à imprensa. Um inquérito foi instaurado para apurar o caso.
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Após ser baleado, o policial perdeu o controle do carro e bateu em outro veículo. O motorista foi ferido na perna durante a troca de tiros, socorrido e encaminhado ao Hospital da Posse. Segundo informações preliminares do CML, ele não corre risco de morte.
Megaoperação
Na manhã de hoje, 3.000 militares das Forças Armadas, 130 policiais civis e 250 policiais militares, com o apoio de veículos blindados e aeronaves, participam de operação em 18 comunidades de Belford Roxo.
As equipes estão nas favelas da Palmeira, Castelar, Vilar Novo, Santa Amélia, Morro da Fonte, São Leopoldo, Gogó da Ema, Bom Pastor, Parque São Vicente, Parque Floresta, Morro da Galinha, Morro da Caixa D'água, Morro do Machado, Guaxa, Parque Roseiral, Vale do Ipê, Parque São José e Santa Teresa.
A ação envolve o cerco, estabilização da área e remoção de barricadas construídas pelo crime organizado para impedir a circulação de policiais. Os agentes também verificam denúncias de atividades criminosas e cumprem mandados judiciais.
O Comando Conjunto informou que algumas vias e acessos na região poderão ser interditados e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições para aeronaves civis.
Intervenção no Rio apreende, em média, só uma arma por operação
Na avaliação do Exército, as ações devem impactar positivamente cerca de 117 mil moradores e outros 495 mil de forma indireta.
A ação de hoje se insere no contexto das medidas implementadas pela Intervenção Federal na Segurança Pública do Estado, que completa nove meses na próxima sexta-feira (16). Desde seu início, em 16 de fevereiro deste ano, a intervenção vem sendo marcada por incursões armadas em comunidades.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Diego Junqueira