O traficante Thiago da Silva Folly está no centro das investigações da Polícia Civil envolvendo o nome de Deolane Bezerra, no Rio de Janeiro. Isso porque o líder do tráfico de drogas do Complexo da Maré, na zona norte, é o dono da joia exibida em fotos pela influenciadora digital e advogada, durante um baile funk na comunidade carioca, segundo a polícia.
Conhecido pelos apelidos de "TH" ou "Gabigol", o foragido da Justiça, inclusive, aparece com o mesmo cordão de ouro usado por Deolane no cartaz de procurado divulgado pelo Disque Denúncia.
O delegado titular da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), Pedro Cassundé, responsável pela apuração do caso, ressaltou que "TH" tem diversas passagens pela polícia.
"Ele responde por tráfico de drogas, associação para o tráfico. É mandante de diversos homicídios. Ele acumula vasta carreira criminosa", disse à RECORD.
TH foi acusado de envolvimento nas mortes de um cabo do Exército, em 2014, e um soldado da Força Nacional, em 2016 — neste último caso, ele teria ordenado aos comparsas que atirassem contra quem entrasse na comunidade.
Polícia quer saber o "nível de intimidade" de Deolane com a quadrilha
O delegado Pedro Cassundé explicou que Deolane vai ser intimada pela polícia na condição de testemunha para dar explicações sobre o caso.
"O próximo passo é intimar a Deolane a vir na DRE e dar a versão dela para a gente entender o nível de intimidade dela com essa quadrilha: Como ela chegou a esse local? Se ela foi convidada? Quem convidou? Foi custeada? Primeiro, entender isso para que não se faça acusações infundadas", disse.
Para o delegado, ainda é cedo para analisar se houve algum crime. Por outro lado, ressaltou que a joia é resultado da "exploração do tráfico de drogas" e, por isso, pode haver consequências jurídicas.
O que disse a defesa de Deolane
A defesa de Deolane Bezerra esclareceu que ela esteve no evento público na comunidade da Maré por causa da presença dos fãs.
Segundo a advogada Adélia de Jesus Soares, a influenciadora não foi convidada nem contratada para ir ao baile.
Sobre a postagem de fotos com o cordão de ouro, a defesa esclareceu que o colar circulou entre diversas pessoas e Deolane acreditou que ele seria em homenagem à comunidade.
Além disso, a advogada ressaltou que a cliente não cometeu qualquer ato ilícito e está à disposição da Justiça para prestar os esclarecimentos.