Saiba quem é Maxwell Simões, preso em operação que investiga a morte de Marielle e Anderson
O ex-bombeiro já havia sido detido e condenado a quatro anos de prisão por 'atrapalhar de maneira deliberada' as investigações
Rio de Janeiro|Do R7
Preso em uma operação da PF (Polícia Federal) que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, no Rio de Janeiro, o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, já havia sido detido, em 2020, e condenado a quatro anos de prisão “por atrapalhar de maneira deliberada” as investigações.
Conforme apuraram o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e a PF, no dia 13 de março de 2019, um dia depois da prisão dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, denunciados como autores dos crimes, Maxwell teria ajudado a ocultar armas de fogo de uso restrito e acessórios pertencentes a Lessa, que estavam armazenados em um apartamento no bairro do Pechincha utilizado pelo ex-policial e em locais ainda desconhecidos.
De acordo com a investigação, Maxwell cedeu o veículo usado no crime para guardar o vasto arsenal bélico pertencente a Lessa, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse, posteriormente, descartado em alto-mar.
Em 2020, ele foi detido sob a acusação de tentar obstruir as apurações. No ano seguinte, foi condenado em razão das mesmas imputações.
“A obstrução de Justiça praticada pelo denunciado, junto aos outros quatro denunciados, prejudicou de maneira considerável as investigações em curso e a ação penal deflagrada na ocasião da Operação Submersus, na medida em que frustrou cumprimento de ordem judicial, impedindo a apreensão do vasto arsenal bélico ali ocultado e inviabilizando o avanço das investigações. A arma de fogo utilizada nos crimes ainda não foi localizada em razão das condutas criminosas perpetradas pelos cinco denunciados, cabendo ressaltar que Maxwell ostentava vínculo de amizade com os acusados dos crimes e com os denunciados Josinaldo Lucas Freitas e José Márcio Mantovano”, ressaltou a nota oficial sobre a operação.
A decisão foi proferida pelo Juízo da 19ª Vara Criminal da Comarca da Capital, informou à época o MPRJ, em nota.
Um ano após a primeira detenção, em fevereiro de 2021, a Justiça condenou o ex-bombeiro a quatro anos de prisão. O juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, da 19ª Vara Criminal, autorizou o cumprimento da pena em regime aberto e determinou que Maxwell prestasse serviços à comunidade.
Após ter sido citado como suspeito no caso Marielle Franco, Maxwell foi expulso do Corpo de Bombeiros do Rio, em maio do ano passado. Ele foi alvo de um processo disciplinar.
A defesa de Maxwell recorreu da decisão. Em janeiro deste ano, o juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Comarca da Capital, atendeu a um dos pedidos da defesa e converteu sua prisão preventiva em domiciliar por 30 dias.
Segundo os advogados, o bombeiro precisava de uma cirurgia para a retirada de uma pedra na vesícula. “Como os dados produzidos conferem e há dificuldades acentuadas de tratamento de saúde no sistema prisional, excepcionalmente no presente caso, faz-se necessária a concessão de prisão domiciliar temporária, apenas e visando à realização do tratamento de forma particular, como forma de salvaguardar a vida, a saúde e a integridade física do réu.”